O presidente Donald Trump anunciou que os iPhones produzidos fora dos Estados Unidos podem sofrer tarifas significativas, dentro de sua estratégia de imposição de tarifas sobre produtos importados.
A medida gera preocupação sobre o aumento de custos para a Apple, uma das maiores fabricantes globais de smartphones, cuja produção depende fortemente de fábricas no exterior.
Após o anúncio, os futuros das ações nos Estados Unidos registraram uma queda expressiva, refletindo o temor dos investidores com o impacto negativo que tarifas elevadas podem causar nos lucros das empresas, especialmente no setor de tecnologia. Às 9h10, no horário de Brasília, as ações da Apple operavam em queda de 3,58%.
Entenda o histórico entre Apple e Trump
Em 2025, a relação entre a Apple, as tarifas comerciais impostas pelo governo de Trump e a fabricação dos iPhones passou por mudanças estratégicas significativas, impulsionadas principalmente pela guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.
O governo Trump pretende import tarifas elevadas sobre produtos chineses, chegando a 145% sobre alguns itens importados da China, país onde a Apple fabrica a maioria de seus iPhones. As tarifas podem aumentar significativamente os custos de produção para a Apple, que depende fortemente da China como seu principal polo fabril.
Apesar de isenções temporárias para produtos eletrônicos, como smartphones, as tarifas continuam afetando os custos e lucros da empresa, com previsões de perdas de até US$ 900 milhões em um trimestre devido a essas medidas.
Trump pressionou publicamente a Apple a transferir a fabricação dos iPhones para os Estados Unidos, como parte de sua política de fortalecimento da indústria doméstica.
No entanto, especialistas consideram essa mudança muito cara e praticamente inviável no curto prazo, com possibilidade de triplicar o preço dos aparelhos devido ao aumento dos custos de mão de obra e infraestrutura no país.
Para mitigar o impacto das tarifas e reduzir a dependência da China, a Apple tem acelerado a transferência da produção dos iPhones para a Índia. A empresa planeja fabricar na Índia a maior parte dos iPhones vendidos nos Estados Unidos até o final de 2026, praticamente dobrando a produção no país, que já responde por cerca de 20% da fabricação atual.
A companhia negocia com fornecedores como Foxconn e Tata para expandir a capacidade fabril na Índia, com novas fábricas em construção. Embora os custos de produção na Índia sejam 5% a 10% superiores aos da China, a mudança é vista como estratégica para evitar tarifas mais altas e diversificar a cadeia de suprimentos.
Fonte: Exame