A Bolsa Nasdaq, em Nova York –
26/03/2024 (Foto: REUTERS: Brendan McDermid)
As 7 Magníficas, normalmente vistas como vencedoras absolutas, tiveram um primeiro semestre conturbado. Enquanto Meta (M1TA34), Microsoft (MSFT34) e Nvidia subiram, Amazon ficou no zero a zero e Alphabet (GOGL34), Apple (AAPL34) e Tesla (TSLA34) registraram quedas significativas.
Quando a análise leva em conta o desempenho dos BDRs – certificados que representam ações de empresas estrangeiras negociadas na B3 -, o cenário piora. Quatro caíram, todas perderam para o Ibovespa, e a diferença percentual entre ação e BDR chegou a 21,28 pontos, com os ativos brasileiros ficando bem atrás.
Os dados são de um estudo da Quantum Finance compartilhado com o InfoMoney.
A maior queda foi da Tesla: o BDR recuou 37,09%, enquanto a ação negociada nos EUA caiu 20,80%. Em seguida aparece a Apple, cujo certificado caiu 25,72%, ante 15,40% do papel original. Depois vem a Alphabet, com queda de 19,31% no BDR, contra 5,54% da ação. No mesmo período, o Ibovespa recuou 15% (veja lista completa abaixo).
A principal explicação para a queda acentuada dos BDRs é a valorização do real. Quando a ação original já está em baixa e o real se fortalece, o impacto nos certificados é duplo: eles perdem com o papel lá fora e com o câmbio. No primeiro semestre, a moeda brasileira subiu 12,30% frente ao dólar, segundo levantamento da Austin Rating.
“O que derruba os BDRs não é só o desempenho das ações lá fora, é o câmbio. Com o real se valorizando, os BDRs sofrem ainda mais, mesmo que as ações lá fora não tenham caído tanto”, explicou Fábio Murad, economista e CEO da Super-ETF Educação.
Veja tabela:
Empresa | Retorno do BDRs | Retorno das ações originais |
Meta | 7,10% | 21,63% |
Microsoft | 2,23% | 18,35% |
Nvidia | 1,25% | 22,53% |
Amazon | -11,32% | 1,47% |
Alphabet | -19,31% | -5,54% |
Apple | -25,72% | -15,40% |
Tesla | -37,09% | -20,80% |
- Leia também: Para que servem e como investir em BDRs
Investir direto nos EUA é melhor?
Depende. Murad acredita que investir diretamente nos EUA protege contra a desvalorização do real e dá mais liberdade ao investidor. “Você pode comprar ETFs, fazer renda com opções, vender a hora que quiser. Nos BDRs, você não tem nem isso, nem aquilo. Fica no meio do caminho, dependendo do humor da B3 e do câmbio.”
Os BDRs, no entanto, também têm suas vantagens. A principal, segundo Bruno Rocio, assessor de investimentos na Raro Investimentos e planejador financeiro, é a simplicidade. Eles oferecem “acesso de forma simples ao mercado internacional diretamente pela bolsa brasileira, sem precisar abrir conta no exterior e fazer remessa internacional de dinheiro”, o que ainda é um obstáculo para muitos investidores.
Ainda assim, Rocio alerta: é preciso avaliar o BDR com base em fundamentos da empresa – como receita, lucro líquido, margem líquida, ROE (Retorno sobre o Patrimônio) e ROIC (Retorno sobre o Capital Investido). Ele também destacou a liquidez como ponto de atenção. “A baixa liquidez pode dificultar a compra ou venda a preços mais justos, podendo prejudicar a rentabilidade da carteira ao longo dos anos.”
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Fonte: InfoMoney