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Safari Capital: Com juro real a 7% e incentivados pagando 14%, quem vai para Bolsa?

11 de julho de 2025 - 22:02

Marcelo Cavalheiro, fundador e gestor da Safari Capital, acredita que o atual cenário de juros elevados e incentivos à renda fixa distorcem a alocação dos investidores. “Com juro real a 7% e incentivado pagando 14%, quem vai para Bolsa? Para valer a pena, tem que ganhar 20% na bolsa. É irreal”, criticou.

O gestor defende um ambiente mais saudável, com contas públicas sob controle e previsibilidade. “Hoje temos dívida de 80% do PIB subindo 5 pontos ao ano. Não é sustentável. Se não fizermos reformas estruturais, viramos a Argentina”, disse. Cavalheiro participou do programa Stock Pickers, apresentado por Lucas Colazzo.

Com as eleições no horizonte, Marcelo Cavalheiro admite que o perfil da carteira da Safari pode mudar. “Talvez a gente migre posições de petróleo para Petrobras e parte dos bancos para Banco do Brasil”, antecipou, em referência ao BBAS3. Ele vê essas empresas como candidatas naturais a se beneficiarem de um eventual ciclo eleitoral favorável ao mercado.

Mas, por ora, prefere manter distância, citando o risco de intervenções. “A Petrobras está doida para repassar reajuste para baixo. E ninguém sabe se vai haver interferência no ano que vem”, justificou, em referência à PETR4. Ainda assim, reconhece que, num cenário ‘normal’, estariam comprados nas estatais.

Saiba mais: Risco é ficar de fora: Por que a Safari vê oportunidade na Bolsa mesmo com incertezas

Sobre o Banco do Brasil, vê oportunidade: “Está passando por problemas — não sei se de gestão ou do agro —, mas é um case interessante e pode entrar no portfólio conforme o cenário evoluir.”

Com relação ao posicionamento atual da carteira, Cavalheiro revelou estar bastante comprado, com exposição líquida de 95% e bruta em torno de 130%. “A gente acha que, com a proteção que tem, dá para tocar dessa forma”, explicou, destacando o uso de opções — principalmente puts — para fazer hedge.

O fundo também mantém posições long & short, especialmente nos setores de combustíveis e frigoríficos. “Temos um single name vendido importante, mas boa parte está em pares. Nos dois setores, temos uma exposição combinada de 12% do PL (Preço/Lucro)”, disse.

Segundo ele, essa abordagem também serve para detectar distorções de preço e oportunidades de arbitragem. “Olhar long & short ajuda a exercitar a visão de valor relativo entre as empresas”, afirmou.

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Fonte: InfoMoney

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