A cadela Esperança, que viajava de Lisboa para São Paulo, ficou temporariamente perdida no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na última segunda-feira (7). Jaqueline Ramos, tutora da cachorra, acusa a companhia aérea TAP Air Portugal de agir com negligência e descaso após ter a caixa de transporte entregue vazia e danificada.
Segundo Jaqueline, que mora em Portugal, Esperança estava acompanhada por uma conhecida e deveria ser entregue à mãe dela assim que desembarcasse. De acordo com a tatuadora, todo o processo de documentação, pesagem e raio-X foi feito corretamente.
Ainda em Lisboa, ela relatou ter orientado um funcionário da companhia aérea portuguesa sobre o uso de lacres plásticos para reforçar a segurança da caixa. Mesmo assim, o agente teria demonstrado dificuldade para travar a porta e garantido que a empresa cuidaria do lacre.
“Olhei pela última vez para a Esperança, berrando desesperada por mim. O sentimento de desamparo foi avassalador. Uma madrugada sem dormir, ligações sem resposta, e a angústia de saber que ela estava sozinha e indefesa me corroeu”, relatou Jaqueline.
Após o pouso, Alexia, que acompanhava a cadela junto com um bebê de três meses e uma criança de oito anos, se deparou com a caixa vazia na esteira de bagagens.
“Fizeram um descaso imenso. Eu vi a caixa vazia, e a cadela passeando pelo aeroporto. Ninguém acionou rádio, ninguém procurou, e ainda me responsabilizaram por algo que não estava ao meu alcance”, contou Alexia. Segundo ela, funcionários chegaram a dizer que o animal havia “aberto a caixa sozinha”.
Sem apoio, a mãe de Jaqueline, que aguardava Esperança do lado de fora, entrou no aeroporto e mobilizou passageiros e funcionários. Segundo o relato, ela encontrou a cadela do lado externo do terminal, sendo expulsa por funcionários que a confundiram com um cão sem dono.
“Minha mãe começou a orar pedindo a São Francisco de Assis para trazer a Esperança de volta. Ela reconheceu a voz da minha mãe e correu até ela”, disse Jaqueline.
A denúncia anexada ao caso aponta que a caixa de transporte estava quebrada e com apenas um lacre roído. Jaqueline afirma ter sofrido crises de ansiedade durante a busca, enquanto a família se mobilizava para localizar o animal.
Em nota, o Aeroporto Internacional de São Paulo informou que “o transporte e o cuidado com animais são de responsabilidade exclusiva das companhias aéreas ou de prestadores de serviço por elas contratados” e negou ter sido comunicado sobre o desaparecimento, por isso não acionou protocolo de busca.
A CNN entrou em contato com a TAP Air Portugal e não obteve retorno até a publicação desta matéria.
“Se os envolvidos não forem responsabilizados pela falta de humanidade e respeito, outras pessoas podem passar pela mesma situação. Não foi apenas a Esperança que se perdeu, mas também a minha paz”, desabafou Alexia.
*Sob supervisão de Carolina Figueiredo
Fonte: CNN Brasil