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Tarifaço atinge Suzano e ameaça 78% do consumo americano de celulose do Brasil

Fábrica da Suzano Papel e CeluloseFábrica da Suzano Papel e Celulose

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(divulgação)

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A imposição de uma tarifa de 50% sobre importações vindas do Brasil anunciada pelo governo dos Estados Unidos, conforme carta assinada pelo presidente Donald Trump na quarta-feira (9), trouxe novas incertezas para empresas do setor de papel e celulose. Entre os grupos mais vulneráveis ao chamado tarifaço, Suzano (SUZB3) aparece como o principal alvo.

Isso porque, pelos cálculos do Goldman Sachs, 19% das vendas líquidas da companhia estão expostas ao mercado americano, proporção considerada elevada dentro do setor e difícil de ser redirecionada no curto prazo sem custos adicionais e reorganizações operacionais.

Na avaliação do banco norte-americano, essa participação de quase um quinto da receita é sensível demais para uma realocação eficiente, especialmente porque parte dos contratos da Suzano com grandes compradores nos Estados Unidos são de longo prazo, com especificações técnicas rígidas.

O relatório aponta que, mesmo com a possibilidade de uso temporário de estoques locais, um novo equilíbrio comercial exigiria tempo e poderia gerar pressão sobre os preços. O banco também menciona que, se mantida, a política tarifária norte-americana pode incentivar compradores a buscar alternativas em países como Chile e Uruguai, além de fomentar um movimento de substituição por suprimento doméstico nos Estados Unidos.

Os números ajudam a dimensionar o tamanho da questão. De acordo com o Goldman Sachs, o Brasil exportou cerca de 2,8 milhões de toneladas de celulose de fibra curta para os Estados Unidos ano passado, volume que representa 78% do consumo americano desse tipo de produto, 14% das exportações brasileiras e 7% do mercado global.

A substituição desse volume por outros fornecedores é considerada improvável em um curto intervalo de tempo, avalia o banco. A produção total de fibra curta em países como Uruguai e Chile, os candidatos naturais a preencher a lacuna, somada, gira em torno de 9,5 milhões de toneladas ao ano, proporção insuficiente para uma reposição rápida e sem desequilíbrios.

Outros riscos

A XP Investimentos também diz que vê riscos para o setor associados ao movimento tarifário. A corretora afirma que, apesar de cerca de 2,8 milhões de toneladas de celulose terem sido embarcadas para os Estados Unidos, o que equivale a cerca de 15% do total exportado pelo Brasil, não há expectativa de alterações bruscas nos volumes no curto prazo.

O argumento principal é a baixa capacidade de produção local de hardwood (celulose de fibra curta) nos Estados Unidos, o que obriga o país a importar volumes substanciais para manter sua indústria de papel operando normalmente.

A XP também aponta que parte desses embarques poderia ser redirecionada a mercados na Ásia e Europa, embora reconheça que isso pode acarretar pressões adicionais.

Outro ponto de atenção, segundo o relatório, são os efeitos indiretos sobre o câmbio e a percepção de risco, que podem suavizar os efeitos das tarifas ao enfraquecer o real frente ao dólar.

Já para o Bradesco BBI, a Klabin (KLBN11) tende a sofrer pouco com a medida. As exportações da empresa para os Estados Unidos representam cerca de 2% do faturamento, porcentagem considerada irrelevante em termos financeiros. Já para a Suzano, o banco reforça os alertas.

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A América do Norte responde por cerca de 17% das receitas da companhia, 19% vindas de celulose e 9% de papel, com participação ainda mais relevante no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), dado que as margens comerciais na região costumam ser mais altas.

Segundo os analistas, a Suzano é responsável por aproximadamente 2 milhões de toneladas das 3,7 milhões consumidas de celulose de fibra curta na América do Norte, o que representa cerca de 55% de participação de mercado. A avaliação é de que a tarifa prejudicará as exportações brasileiras, abrindo espaço para concorrência, sobretudo de fornecedores chilenos. A expectativa do banco é que a empresa busque outros mercados, o que pode gerar pressões nas margens no curto prazo e dificultar a logística.

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Fonte: InfoMoney

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