Linha de produção em uma planta de laminação a quente. REUTERS/Aly Song
O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto levou analistas a revisarem os possíveis efeitos sobre setores exportadores do Brasil. No caso das empresas de siderurgia e mineração, as avaliações iniciais indicam impactos diretos limitados, segundo análises da XP Investimentos e do Bradesco BBI.
Embora o potencial de escalada tarifária preocupe os mercados, especialmente se as novas alíquotas forem somadas às tarifas setoriais já existentes — como as da Seção 232, que incidem sobre aço e alumínio —, a exposição direta das companhias brasileiras ao mercado norte-americano é considerada baixa, o que reduz os riscos imediatos para os balanços. Ainda assim, os analistas alertam para efeitos secundários, como pressões sobre o câmbio e o aumento da percepção de risco no cenário doméstico.
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A XP Investimentos vê impactos diretos limitados, com exposição de receita variando entre 0% e 4%. CSN (CSNA3), CBA (CBAV3) e Vale (VALE3) são as empresas com maior exposição (ainda que em níveis baixos), enquanto Aura (AURA33; pela exposição ao ouro) e Gerdau (GGBR4; dada sua exposição doméstica ao mercado de aço nos EUA) devem ser as menos impactadas.
Além disso, segundo a corretora, essas tarifas seriam aplicadas sobre todas as tarifas setoriais existentes, o que significa que commodities já cobertas pela Seção 232 (como aço e alumínio) podem enfrentar tarifas combinadas de até 100%. A XP acredita que os principais riscos agora decorrem dos efeitos da tarifa sobre o real e sobre a percepção de risco no geral.
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Na mesma linha que a XP, o Bradesco BBI avalia que o impacto das tarifas norte-americanas será imaterial tanto para Usiminas (USIM5) quanto para CSN, já que os Estados Unidos respondem por menos de 5% da receita de ambas as companhias.
Em relação à Gerdau, o banco enxerga um efeito potencialmente positivo, já que as tarifas podem beneficiar suas operações nos EUA. Isso porque a indústria siderúrgica americana depende fortemente das importações de aço semiacabado do Brasil — que representam cerca de 60% do total importado —, enquanto a exposição direta da Gerdau a esse tipo de material é limitada.
Nesse cenário, o BBI entende que tarifas mais altas podem ser inflacionárias, elevando os preços do aço acabado no mercado americano.
Para Vale e CBA, o banco também projeta impacto imaterial, uma vez que os EUA representam apenas cerca de 3% da receita de ambas.
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Fonte: InfoMoney