WEG
WEG (Foto: Divulgação)
" data-medium-file="https://i1.wp.com/www.infomoney.com.br/wp-content/uploads/2024/07/Captura-de-tela-2024-07-31-103415.png?fit=300%2C171&quality=70&strip=all&ssl=1" data-large-file="https://www.infomoney.com.br/wp-content/uploads/2024/07/Captura-de-tela-2024-07-31-103415.png?fit=1242%2C706&quality=70&strip=all">O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na véspera, de uma tarifa-base de 50% sobre todas as importações provenientes do Brasil teve forte repercussão nos mercados. Segundo bancos consultados, o setor de bens de capital está entre os que devem ser mais impactados pela medida.
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O Bradesco BBI aponta que ainda não está claro se as tarifas anunciadas nesta quarta-feira (9) pelos Estados Unidos serão somadas às tarifas setoriais já em vigor. Caso sejam de fato adicionais, o banco alerta que as empresas de autopeças poderão enfrentar uma tarifa total de 75% — considerando os 25% da tarifa setorial já aplicada ao setor e os 50% anunciados agora.
Nesse contexto, o Bradesco BBI destaca a WEG (WEGE3), que tem aproximadamente 28% de sua receita originada nos Estados Unidos, dividida de forma equilibrada entre produção local, unidades no México (beneficiadas pelo acordo USMCA) e exportações a partir do Brasil e de outras regiões. Dessa forma, o banco estima que cerca de 9% da receita total da companhia seja proveniente diretamente de exportações brasileiras para os EUA.
O BBI ressalta que a presença industrial da WEG nos EUA pode ajudar a mitigar os efeitos das tarifas, e que o mercado de Transmissão & Distribuição — responsável por 41% da receita — segue aquecido, o que pode permitir o redirecionamento das exportações para outros destinos.
O BBI manteve classificação neutra para ações da WEG, com preço-alvo de R$ 50,00.
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O Itaú BBA acredita que a WEG pode ser negativamente impactada pelas tarifas anunciadas, já que aproximadamente 25% de sua receita vem da América do Norte, dos quais cerca de 7% estariam potencialmente expostos às novas tarifas.
A gestão da WEG afirmou recentemente que, dos 28% da receita gerada na América do Norte, a maior parte é vendida nos EUA. Dentro desse total, cerca de um terço das vendas ocorre nos próprios Estados Unidos, um terço no México e outro terço em demais países da América, excluindo os dois anteriores.
Assumindo que boa parte dessa receita seja originada em produtos fabricados no Brasil, o BBA estima que aproximadamente 7% do faturamento total da empresa estaria sujeito às tarifas. Ainda assim, o banco acredita que os impactos podem ser mitigados, já que a companhia possui capacidade para realocar parte da produção brasileira para outras unidades, como as localizadas no México, reduzindo a exposição à taxação.
O time de análise da XP pontua que embora o impacto seja negativo, a WEG poderia mitigar parcialmente os efeitos por meio de: “(i) reajuste de preços, (ii) ajuste de sua base de produção (ex.: México) e (iii) benefícios indiretos, caso o real se deprecie após o anúncio”.
Iochpe-Maxion (MYPK3)
Para Iochpe-Maxion, o Itaú BBA adota uma visão neutra. Apesar de cerca de 27% da receita da Iochpe vir da América do Norte, as vendas são majoritariamente atendidas por fábricas localizadas nos próprios Estados Unidos e no México, o que reduz a exposição direta às tarifas.
De acordo com BBI, a Iochpe-Maxion tem cerca de 5% da receita vinda dos Estados Unidos, mas apenas uma pequena parte é exportada diretamente do Brasil. Com fábricas em diversos países, incluindo os EUA, o BBI estima que apenas 1% da receita total esteja diretamente exposta às exportações brasileiras. O BBI manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 17,00.
Tupy (TUPY3)
No caso da Tupy (TUPY3), a exposição ao mercado norte-americano é de 23%, sendo que entre 50% e 60% desse volume é exportado a partir do Brasil. Com isso, o banco estima que cerca de 13% da receita total da empresa pode ser afetada pelas tarifas, com risco de perda de competitividade. O BBI reiterou recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 25,00.
Mahle Metal Leve (LEVE3)
Para a Mahle Metal Leve (LEVE3), aproximadamente 10% da receita vem dos EUA, embora o BBI não tenha detalhado quanto disso corresponde a exportações diretas do Brasil. O BBI reiterou recomendação de venda, com preço-alvo de R$ 17,00.
Randoncorp (RAPT4)
A Randoncorp pode ser impactada principalmente por meio da Fras-le, cuja exposição às exportações do Brasil para os EUA representa cerca de 5% da receita, e pela Master. No total, o BBI estima que 4% da receita consolidada da Randoncorp venha de exportações diretas para os EUA. No entanto, tanto a Randoncorp quanto a Fras-le possuem fábricas em território norte-americano, o que pode atenuar os efeitos das tarifas. O banco manteve recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 15,00.
Marcopolo (POMO4)
Já no caso da Marcopolo, o BBA entende que não há exportações diretas do Brasil para os EUA, sendo a América do Sul o principal destino de suas vendas externas.
Rumo (RAIL3)
O BBA também vê impacto neutro para a Rumo, uma vez que as exportações brasileiras de grãos são majoritariamente direcionadas a outros mercados — especialmente a China — com exposição muito limitada aos Estados Unidos. Além disso, o BBA não projeta efeitos relevantes sobre produtos industriais, dada a baixa dependência da demanda norte-americana.
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Fonte: InfoMoney