Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)
" data-medium-file="https://i2.wp.com/www.infomoney.com.br/wp-content/uploads/2024/10/marina-silva.jpg?fit=300%2C169&quality=70&strip=all&ssl=1" data-large-file="https://www.infomoney.com.br/wp-content/uploads/2024/10/marina-silva.jpg?fit=886%2C500&quality=70&strip=all">A crescente desidratação da política ambiental no Brasil ganhou repercussão internacional nesta quarta-feira (9), com uma reportagem da revista britânica The Economist.
Com o título “Brasil ataca sua santa padroeira do meio ambiente”, a publicação retrata o cenário como um retrocesso institucional acelerado, em meio à fragilização do Ministério do Meio Ambiente sob o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O texto alerta para o impacto desse cenário na imagem do Brasil às vésperas da COP30, prevista para ocorrer em Belém (PA) em 2025.
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A revista chama atenção para o episódio de 2 de julho, quando Marina Silva foi convocada pela Comissão de Agricultura da Câmara e se tornou alvo de ataques verbais por parte de parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
Segundo o texto, o tom adotado pelos deputados revela o nível de polarização no debate ambiental brasileiro.
A reportagem retrata Marina como uma voz respeitada internacionalmente, mas acuada por um Congresso de perfil mais conservador, que dá prioridade ao agronegócio e à expansão dos combustíveis fósseis.
A resistência à ministra, segundo a The Economist, reflete uma nova correlação de forças na política nacional.
Concessões minam políticas verdes
A publicação aponta que, para aprovar medidas prioritárias no Congresso, o Palácio do Planalto tem flexibilizado sua atuação na área ambiental.
Projetos como o novo marco do licenciamento ambiental, criticado por especialistas por abrir brechas à corrupção, têm avançado com apoio do governo.
A liberação de emendas parlamentares e a inclusão de contrapartidas alheias à pauta ambiental em projetos como o da energia eólica offshore são vistos como exemplos dessa barganha.
“O governo prometeu combater crimes ambientais, mas tem recuado em nome da governabilidade”, afirma a revista.
COP30 e riscos à imagem internacional
A Economist ressalta que o Brasil deverá enfrentar cobranças mais incisivas na COP30, conferência do clima que será realizada em território nacional no próximo ano.
Segundo a revista, a retórica de Lula em defesa da sustentabilidade precisará ser sustentada por medidas concretas — sob risco de deslegitimar o papel de liderança climática que o país pretende assumir.
“O movimento ambientalista brasileiro se vê acuado”, conclui a reportagem, reforçando que Marina Silva continua sendo um símbolo global da defesa ambiental, mas enfrenta limitações crescentes diante das concessões políticas do próprio governo que integra.
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Fonte: InfoMoney