Home / Economia / Por que últimos dados de importação deram más notícias para Usiminas, Gerdau e CSN

Por que últimos dados de importação deram más notícias para Usiminas, Gerdau e CSN

9 de julho de 2025 - 04:07Linha de produção em uma planta de laminação a quente. REUTERS/Aly Song

" data-medium-file="https://i1.wp.com/www.infomoney.com.br/wp-content/uploads/2024/11/aco-gerdau-csn-usiminas.jpg?fit=300%2C236&quality=70&strip=all&ssl=1" data-large-file="https://www.infomoney.com.br/wp-content/uploads/2024/11/aco-gerdau-csn-usiminas.jpg?fit=1280%2C1007&quality=70&strip=all">

A Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) divulgou nesta semana os dados de junho de 2025 com alguns destaques relevantes. As importações gerais de aço recuaram nos aços planos, com queda de 12% na comparação mensal, embora ainda permaneçam em níveis elevados. Algumas categorias, como os vergalhões de aço do tipo barra-quadrada (BQ), apresentaram alta de 25%.

De acordo com a XP, a queda ocorre em meio à transição do sistema de quotas-tarifas, que havia sido encerrado em maio e só foi reimplementado no fim de junho.

As exportações de celulose cresceram 17% na comparação anual, mas recuaram 7% na base mensal. “O desempenho foi puxado por uma leitura positiva para a Suzano (SUZB3), especialmente com o bom desempenho da unidade de Ribas do Rio Pardo”, comenta a XP, em relatório.

Já no setor de mineração, as exportações brasileiras de minério de ferro aumentaram 10% ano a ano, com destaque para o forte crescimento no porto de Tubarão, que registrou alta de 24%. Em contrapartida, os volumes embarcados a partir de Ponta da Madeira ficaram praticamente estáveis, com leve queda de 1% na base anual. O cenário é positivo para a Vale (VALE3), com apoio logístico vindo principalmente do terminal de Tubarão.

O BBI avalia que, caso os dados de demanda de junho — a serem divulgados em breve pelo Instituto Aço Brasil (IABr) — se mantenham nos mesmos níveis de maio, a penetração das importações de aços planos deve cair de 32% para 29%, enquanto a de aços longos pode subir para 13% (ante 11%). O banco também chama atenção para o volume acumulado de importações no ano, que soma 3,1 milhões de toneladas e, se anualizado, representa cerca de 6,3 milhões de toneladas — um patamar 16% superior ao recorde anterior, de 5,4 milhões, registrado em 2010.

Na visão dos analistas, apesar da reintrodução do novo sistema de cotas para importação, o volume de importações deve permanecer elevado por mais tempo, na ausência de barreiras comerciais mais robustas. Diante desse cenário, o BBI mantém uma postura cautelosa em relação ao setor siderúrgico, projetando pressão adicional sobre os preços domésticos, resultado da combinação entre maior oferta (interna e externa) e uma possível desaceleração da demanda no segundo semestre de 2025.

O banco também destaca que o Departamento de Defesa Comercial (Decom) abriu, em junho, investigações antidumping sobre fio-máquina e produtos laminados a quente de aço inoxidável. As apurações devem levar entre 12 e 18 meses para serem concluídas, com a divulgação dos relatórios técnicos prevista para o final de março e início de abril de 2026. Ainda assim, o BBI acredita que a imposição de barreiras mais efetivas no curto prazo parece improvável, com base em decisões anteriores.

Por fim, os analistas apontam que, segundo seus cálculos de sensibilidade, cada variação de 1% nos preços domésticos do aço pode afetar o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) anual das empresas sob sua cobertura entre 2% e 10% — sendo Usiminas (USIM5)a mais sensível (10%), seguida por Gerdau (GGBR4) (3%) e CSN (CSNA3) (2%).

The post Por que últimos dados de importação deram más notícias para Usiminas, Gerdau e CSN appeared first on InfoMoney.

Fonte: InfoMoney

Marcado:

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *