Os fundos multimercados brasileiros finalmente superaram o CDI na primeira metade de 2025, após dois anos de desempenho abaixo do benchmark. Essa informação foi revelada por uma análise da Nord Investimentos, utilizando dados da plataforma Economatica.
Segundo Christopher Galvão, analista da Nord Research, o Índice de Hedge Funds da Anbima (IHFA) apresentou uma alta de 8,39% contra 6,42% do CDI no primeiro semestre. No entanto, Galvão faz uma ressalva importante: “O IHFA não captura somente os multimercados macro, mas também inclui uma parcela de long buyers, que são classificados como multimercados, mas na verdade são fundos mais relacionados a ações”.
O índice próprio da Nord, que acompanha mais de 50 fundos entre os principais multimercados macro, apresentou uma rentabilidade de 6,40% no mesmo período, praticamente igualando o CDI de 6,42%. Embora não seja um resultado expressivamente positivo, representa uma melhora significativa em relação aos dois anos anteriores.
Desafios e oportunidades
Galvão atribui as dificuldades enfrentadas pelos multimercados nos últimos anos à complexidade de interpretar o cenário econômico global, especialmente nos Estados Unidos. “Não é comum observarmos a economia americana com juros no patamar atual de 4,5% nominal sem desaquecer a economia”, explica o analista.
Apesar dos desafios, Galvão mantém uma visão positiva sobre os multimercados: “Continuamos enxergando os multimercados como uma classe muito importante para estar na carteira dos investidores, oferecendo oportunidades de diversificação em diferentes classes de ativos e geografias”.
Fundos de ações em destaque
Os fundos de ações também apresentaram um desempenho notável no primeiro semestre de 2025. O índice da Nord para fundos de ações long only registrou uma alta de 22,07%, superando o Ibovespa, que subiu 15,44% no período.
Galvão ressalta que muitos fundos de ações estão superando o Ibovespa este ano, em parte devido à sua composição diversificada e à valorização de ações anteriormente negligenciadas. No entanto, ele adverte: “Ao selecionar fundos de ação, não pense somente na rentabilidade deste ano, mas naquele fundo capaz de entregar uma rentabilidade consistente no longo prazo”.
O analista conclui com uma observação sobre o potencial futuro do mercado de ações brasileiro: “O mercado está muito leve tecnicamente, com pouca gente alocada. Se houver uma melhora estrutural, com maior responsabilidade fiscal do governo, podemos ver não apenas investidores estrangeiros, mas também institucionais locais aumentando suas alocações em bolsa”.
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Fonte: CNN Brasil