Segundo a apuração feita pelo diretor da CNN Brasil em Brasília, Daniel Rittner, os países do Brics conseguiram superar o impasse provocado pelo Irã e chegaram a um acordo sobre os termos da declaração final da cúpula que será submetida aos líderes do grupo neste domingo (6). O consenso foi alcançado após intensas negociações que se estenderam por toda a madrugada.
O principal ponto de divergência foi a demanda iraniana por uma linguagem mais contundente na condenação aos ataques militares de Israel e dos Estados Unidos a alvos no território do Irã e suas instalações nucleares.
A delegação iraniana, um dos seis novos membros do Brics ampliado em 2023, considerava insuficiente a nota conjunta emitida há duas semanas pelo grupo, que expressava “profunda preocupação” com a violação do direito internacional.
Reforma do Conselho de Segurança da ONU
Outro tema que gerou discussões foi a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Brasil, Índia e África do Sul, que almejam um assento permanente no órgão, enfrentaram resistência do Egito e da Etiópia, novos membros africanos do Brics. Estes últimos temiam ficar de fora de uma eventual reforma. Apesar das divergências iniciais, fontes indicam que houve um consenso para apoiar a reforma.
A linguagem para condenar medidas unilaterais e protecionismo comercial também foi objeto de debate. Enquanto alguns países, como o Brasil, defendiam uma condenação mais enfática, outros, como China e Índia, que negociam acordos comerciais com os Estados Unidos, preferiam uma abordagem menos incisiva.
Apesar dos desafios, os negociadores conseguiram superar as divergências e finalizar a declaração. O documento está pronto para ser submetido aos líderes dos países membros do Brics durante a cúpula que se inicia neste domingo, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
O desfecho positivo das negociações demonstra a capacidade do Brics de buscar consenso em temas complexos, mesmo com a recente ampliação do grupo. A declaração final deverá refletir um equilíbrio entre as diferentes posições dos países membros, reafirmando a relevância do bloco no cenário geopolítico internacional.
Fonte: CNN Brasil