Durante a cúpula do Mercosul realizada nesta quinta-feira (3), em Buenos Aires, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o bloco regional fortalece os países membros e os protege de instabilidades externas. A declaração foi uma resposta às críticas do presidente argentino Javier Milei, que classificou o Mercosul como um entrave ao livre comércio.
“Estar no Mercosul nos protege. Nossa tarifa externa comum nos blinda de guerras comerciais alheias. Nossa robustez institucional nos credencia perante o mundo como parceiros confiáveis”, disse Lula durante seu discurso, no momento em que assumiu a presidência rotativa do bloco pelos próximos seis meses.

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Em contraponto, Milei afirmou que o Mercosul impõe barreiras aos seus integrantes e comparou o bloco a uma “cortina de ferro”, alegando que a burocracia tem prejudicado os cidadãos da região. O presidente argentino defende maior liberdade comercial e a flexibilização das regras internas, caso as reformas não avancem.
Relação com Milei
Apesar da visita oficial, não houve agenda bilateral entre Lula e Milei. Esta é a primeira vez que os dois se encontram presencialmente desde que Milei assumiu a presidência da Argentina, em dezembro de 2023. A relação entre os dois líderes tem sido marcada por trocas públicas de críticas e, até agora, conduzida pelas respectivas chancelarias de forma pragmática.
Durante a campanha eleitoral, Milei fez ataques recorrentes a Lula e ao PT. Em visita ao Brasil em 2024, o argentino se reuniu com o ex-presidente Jair Bolsonaro, sem contatos com o atual chefe do Executivo brasileiro.
Acordo com UE e EFTA
Ao assumir a presidência do Mercosul, Lula sinalizou prioridade para a conclusão do acordo comercial com a União Europeia, cuja negociação se arrasta há mais de 20 anos. O presidente brasileiro acredita que a atual conjuntura internacional, marcada por tensões comerciais com os Estados Unidos, pode acelerar o interesse europeu no tratado.
Um dos principais obstáculos continua sendo a resistência de países como a França, que alega que o pacto compromete seus produtores diante de padrões ambientais menos rigorosos no bloco sul-americano. Lula vem pedindo que os europeus apresentem contrapropostas para superar o impasse.
Além disso, o Brasil pretende concluir a tramitação do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), formada por Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça. Segundo o Itamaraty, as negociações já foram concluídas e o texto final está em fase de revisão, com expectativa de publicação em agosto.
Se ratificados, os dois acordos devem ampliar significativamente o acesso dos países do Mercosul a mercados globais, com potencial para criar uma zona de livre comércio envolvendo mais de 300 milhões de pessoas e um PIB combinado superior a US$ 4,3 trilhões.
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Fonte: InfoMoney