Na quarta-feira (02), o dólar à vista recuou 0,77%, encerrando o pregão cotado a R$ 5,4191, no menor valor desde agosto de 2024. A moeda norte-americana retomou a trajetória de queda diante de um ambiente ainda marcado por juros elevados no Brasil, pela derrubada do decreto do IOF e por dados econômicos fracos nos Estados Unidos.
A eliminação inesperada de empregos no setor privado norte-americano trouxe de volta ao mercado as apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve, o que enfraqueceu o dólar globalmente.
Internamente, a produção industrial brasileira registrou queda de 0,5% em maio, em linha com o esperado, enquanto a inflação medida pelo IPC-S mostrou desaceleração, reforçando o cenário de estabilidade monetária.
Para os traders do minidólar, o pregão foi marcado por pressão vendedora consistente e retomada do viés baixista após o movimento corretivo da véspera. A quebra de suporte técnico reforçou o fluxo de venda, intensificado pela percepção de que os juros americanos podem cair antes do previsto, além do alívio fiscal momentâneo no Brasil após a derrubada do IOF.
O noticiário político segue no radar, com atenção voltada ao embate entre Executivo e Congresso e à judicialização do tema no STF. Enquanto isso, a agenda internacional segue carregada, com foco nos desdobramentos do pacote tributário de Trump e nas negociações comerciais dos EUA, fatores que devem continuar influenciando o comportamento do dólar futuro nos próximos dias.
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Os contratos futuros de minidólar (WDOQ25), com vencimento em agosto, encerraram a última sessão com baixa de 0,56%, fechando aos 5.464,5 pontos.
No gráfico diário, o viés segue baixista, com o ativo sendo negociado abaixo das médias móveis de 9 e 21 períodos, ambas com inclinação negativa. O IFR (14) está em 33,44, próximo da zona de sobrevenda.
O suporte relevante está em 5.416/5.380, e seu rompimento pode abrir espaço para quedas até 5.320/5.275,5 pontos. Do lado oposto, a resistência está em 5.595/5.620, e seu rompimento pode levar o ativo às regiões de 5.652,5/5.672,5 pontos.
Análise do gráfico de 15 minutos
No gráfico de 15 minutos, apesar do fechamento no negativo, o ativo manteve-se acima das médias móveis de 9 e 21 períodos, o que sinaliza que, por ora, não houve perda de estrutura no curtíssimo prazo. Essa configuração técnica sugere que o mercado ainda observa o comportamento do preço em relação às médias para definir um novo direcionamento.
Para o pregão desta quinta-feira, os principais pontos de suporte estão em 5.450/5.444 (1), 5.433/5.426 (2) e 5.413,5/5.405,5 (3), enquanto as resistências se concentram em 5.467/5.570 (1), 5.480/5.490,5 (2) e 5.509/5.519 (3).
A perda do suporte em 5.450/5.444, principalmente se acompanhada de volume vendedor, pode ser o gatilho para aceleração do movimento de baixa, com projeções para 5.433/5.426 — região de fundo anterior — e, em um cenário de maior pressão, para 5.413,5/5.405,5, onde compradores podem voltar a atuar.
Por outro lado, uma retomada da alta dependerá do rompimento com volume da resistência em 5.467/5.570.
Se o ativo conseguir superar esse patamar com força compradora, poderá abrir espaço para testes nas regiões de 5.480/5.490,5, em movimento mais amplo, 5.509/5.519, ponto técnico que, se superado, pode sinalizar reversão estrutural no curto prazo.
Esse cenário sugere que o pregão de hoje será decisivo, com o minidólar operando próximo a zonas técnicas de inflexão que podem definir os rumos da semana. Traders devem acompanhar atentamente o comportamento do preço nas faixas de suporte e resistência para avaliar oportunidades com base na reação do mercado nesses níveis.
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Dólar futuro (WDOQ25): Gráfico de 60 minutos
No gráfico de 60 minutos, o minidólar reforça o viés negativo ao encerrar a última sessão abaixo das médias móveis de 9 e 21 períodos, ambas com inclinação descendente, o que confirma a dominância da força vendedora no curto prazo.
Além disso, o rompimento recente de uma importante região de suporte — que também representava o fundo anterior — sinaliza a possibilidade de continuidade do movimento de baixa ao longo dos próximos pregões.
A atuação recorrente da ponta vendedora nas zonas de resistência mantém a pressão sobre os preços, especialmente na faixa de 5.477,5/5.484,5, que segue sendo o principal ponto de defesa dos vendedores.
Caso o ativo volte a testar essa região e falhe em rompê-la, o cenário mais provável é de novas baixas. Para manter o ritmo de queda, será fundamental que o minidólar rompa o suporte em 5.440,5/5.423, o que abriria espaço para quedas mais profundas em direção a 5.391, e, se a pressão vendedora se intensificar, para 5.364 pontos — patamar que pode atuar como suporte mais robusto no intraday.
Do lado comprador, uma reversão só começaria a ser considerada caso o ativo consiga superar e fechar acima da média de 21 períodos, localizada justamente na região de 5.477,5/5.484,5. Um rompimento consistente desse nível poderia impulsionar o preço até as resistências em 5.501/5.510, com potencial de extensão até a faixa mais longa em 5.536,5/5.547, onde novos desafios técnicos podem surgir para o avanço dos compradores.
(Rodrigo Paz é analista técnico)
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Fonte: InfoMoney
