O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a discutir com o bilionário Elon Musk e até ameaçou ele de deportação do país. Antes aliados e colegas de trabalho no governo, os empresários agora trocam postagens agressivas em redes sociais.
Em uma entrevista rápida para o canal Fox News, Trump foi questionado se ele deportaria Musk. “Eu não sei, teria que dar uma olhada nisso”, respondeu o político. A ação, entretanto, não teria qualquer embasamento legal: o empresário nasceu na África do Sul, mas tem a cidadania dos EUA desde 2002.
Trump ainda ameaçou “colocar o DOGE” contra o bilionário eventualmente. Na prática, isso significaria fiscalizar as parcerias de Musk com o governo e, se elas forem consideradas custosas demais, encerrar os contratos.
Reporter: Are you going to deport Elon Musk?
Trump: We’ll have to take a look. We might have to put DOGE on Elon. You know what DOGE is? The monster that might have to go back and eat Elon. Wouldn’t that be terrible? He gets a lot of subsidies. pic.twitter.com/6I0OAIv7Js
— Acyn (@Acyn) July 1, 2025
“Você sabe o que é o DOGE? O monstro que talvez tenha que voltar e comer Elon. Isso não seria terrível?”, disse Trump. O Departamento de Eficiência dos EUA, criado na atual gestão para rever gastos públicos, foi liderado no primeiro semestre do ano pelo próprio Musk e altamente criticado por fazer demissões em massa e acabar com projetos importantes, como o USAid.
Por que Trump e Musk estão brigando agora?
- A atual disputa entre Musk e Trump envolve uma futura lei fiscal que está em vias de aprovação no país: a Big Beautiful Bill, ou “grande e belo projeto de lei”;
- Entre as várias mudanças na economia dos EUA, uma delas envolve o fim de subsídios e da política de incentivo à compra de carros elétricos no país — o que desagradou bastante Musk, CEO da montadora Tesla;
- Em uma postagem na rede social Truth, o presidente disse não ser totalmente contra carros elétricos, mas não concorda com os incentivos e “ninguém deveria ser forçado a ter um” desses modelos;
- Trump alega ainda que Musk é “de longe, talvez quem mais receba subsídios do que qualquer ser humano na história”, mas essa aliança poderia acabar e forçar Musk a “fechar os negócios e voltar para casa na África do Sul”;
- “Sem lançamentos de foguete, satélites, produção de carros elétricos e nosso país economizaria uma fortuna. (…) Grande dinheiro salvo”, diz o político. Atualmente, há contratos fechados entre empresas como SpaceX, Starlink e a própria Tesla;
So tempting to escalate this. So, so tempting. But I will refrain for now.
— Elon Musk (@elonmusk) July 1, 2025
Em resposta, Musk disse que é “tentador continuar escalando” a briga, mas que não faria isso. Ele ainda sugeriu a criação de um novo partido nos EUA para ser uma alternativa aos Democratas e Republicanos “onde as pessoas realmente terão uma voz“.
Como a amizade chegou ao fim
A aliança entre Musk e Trump começou de fato a partir da campanha presidencial do empresário em 2024. O bilionário foi um dos maiores doadores, participou de comícios e até teria alterado o algoritmo do X, rede social de sua propriedade, para favorecer o Republicano.
O bilionário foi confirmado como membro da administração logo após as eleições, em novembro do ano passado. Ele começou em janeiro a atuar pelo DOGE e gerou polêmica já na contratação de funcionários, que incluíam pessoas sem experiência e com um currículo suspeito.
Para além do trabalho, Musk também passou a atuar como uma espécie de conselheiro de Trump para vários assuntos e participava ativamente de reuniões com a equipe. O presidente chegou a apoiar Musk na divulgação de carros da Tesla, que foram expostos no gramado frontal da Casa Branca.
A saída de Musk foi confirmada em maio e, inicialmente, o discurso foi em tom amistoso. O empresário estaria saindo para se concentrar mais nos próprios empreendimentos — inclusive uma Tesla até então em crise. Desde a saída de Musk do governo, porém, ele tem feito várias críticas a Trump no X sobre o tarifaço internacional e o projeto fiscal.
O CEO da Tesla disse que foi diretamente responsável pela eleição de Trump por sua influência, além de acusar o político de envolvimento nas acusações de crimes sexuais de Jeffrey Epstein — postagem que o bilionário retirou da plataforma posteriormente. Já Trump opta por publicar as mensagens contra o antigo aliado na Truth, que é de propriedade do político. Até agora, nenhuma ação concreta contra as empresas de Musk foram confirmadas pelo governo.
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Fonte: TecMundo
