Empresas consultadas pelo Banco Central reduziram suas projeções para a taxa de câmbio no Brasil no período de seis meses à frente, mas mantiveram a expectativa de que a inflação nos próximos anos seguirá acima do centro da meta perseguida pela autarquia, segundo sondagem divulgada nesta segunda-feira (30).
Em nova edição da etapa piloto da nova pesquisa Firmus, que traz a percepção de empresas de fora do setor financeiro sobre seus negócios e as principais variáveis econômicas, a mediana das expectativas em maio para a taxa de câmbio seis meses adiante aponta para um dólar a R$5,80, ante R$6,00 projetados na pesquisa anterior, de fevereiro. Nesta tarde de segunda-feira, o dólar à vista oscilava abaixo dos R$5,45 no Brasil.
Apesar da perspectiva de um dólar não tão valorizado — um fator favorável ao controle da inflação –, a mediana das expectativas das empresas para o IPCA em 2025 permaneceu em 5,5% em maio. Para 2026, a projeção seguiu em 4,5% e, para 2027, em 4,00%. Nos três casos os percentuais de inflação projetados estão acima do centro da meta contínua perseguida pela BC, de 3%.
Na pesquisa Focus divulgada na manhã desta segunda, que capta as projeções das instituições financeiras, a mediana para a alta do IPCA este ano estava em 5,20%. Para 2026, o mercado financeiro espera variação de 4,50% e, para 2027, de 4,00%.
O projeto piloto da Firmus tem coletas trimestrais e o resultado divulgado nesta segunda-feira diz respeito à percepção apresentada entre 12 e 30 de maio por 187 empresas participantes.
Em relação à atividade econômica, segundo a mediana da Firmus, o PIB deste ano deve crescer 2,00%, mesmo percentual estimado em fevereiro. A previsão é menor que a projeção de 2,21% apontada na pesquisa Focus desta segunda-feira e ficou abaixo da projeção atual do próprio BC, de alta de 2,1%.
O relatório mostrou também que 17,6% das empresas ouvidas em maio esperam que os custos de mão de obra aumentem mais de 6% nos 12 meses seguintes, patamar ligeiramente acima dos 17,3% observados em fevereiro. Outros 60,4% das empresas esperavam em maio elevação do custo da mão de obra entre 4% e 6%, contra 66,0% em fevereiro.
Ainda segundo o relatório, houve redução na parcela de empresas que espera ajustar os preços de seus produtos em linha com a inflação (43,3% em maio contra 46,8% em fevereiro).
A autarquia destacou que “a maioria dos respondentes avalia que a política comercial dos EUA afetou suas atividades sobretudo pelo aumento da incerteza econômica”, mas que “poucos apontaram efeitos diretos, como alta nos custos de insumos ou concorrência com importados”.
Fonte: CNN Brasil