A Polícia Federal ouve na terça-feira um dos advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Paulo Costa Bueno, e o ex-secretário de Comunicação Social da Presidência Fabio Wajngarten na investigação sobre mensagens atribuídas ao tenente-coronel Mauro Cid. O militar é delator no processo relacionado à trama golpista que visava manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições.
O advogado Eduardo Kuntz, que defende o coronel Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, também vai prestar depoimento. As oitivas serão realizadas na Superintendência da PF em São Paulo de maneira simultânea.

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Os depoimentos serão feitos por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
No último dia 17, Kuntz informou ao STF que conversou com Cid por uma conta no Instagram sobre a sua delação premiada, o que violaria o sigilo do acordo. O tenente-coronel Mauro Cid negou, em depoimento à PF na terça-feira, que tenha utilizado um perfil no Instagram para falar sobre a sua delação premiada.
Antes de Kuntz entregar ao STF as referidas mensagens, o advogado Celso Vilardi, da defesa de Bolsonaro, perguntou a Cid durante o interrogatório no STF, em 9 de junho, se ele havia conversado sobre o conteúdo de sua delação com outras pessoas pelo Instagram. Ele negou. Em seguida, Vilardi questionou se ele conhecia um perfil chamado “GabrielaR702”. Cid respondeu que Gabriela é o nome de sua esposa, mas que não sabia se esse era o perfil dela.
Dias depois, a revista Veja publicou mensagens atribuídas a esse perfil, sobre delação de Cid. Ao STF, os advogados do tenente-coronel negaram que ele fosse o autor do diálogo e pediram a investigação da conta. Moraes atendeu ao pedido e determinou que a Meta enviasse os dados.
Após a entrega das mensagens ao STF na semana passada, Moraes mandou prender Câmara e determinou que ele e Kuntz sejam investigados por possível obstrução de Justiça.
“São gravíssimas as condutas noticiadas nos autos, indicando, neste momento, a possível tentativa de obstrução da investigação, por Marcelo Costa Câmara e por seu advogado Luiz Eduardo de Almeida Santos Kuntz, que transbordou ilicitamente das obrigações legais de advogado”, afirmou Moraes.
Nos dados enviados pela Meta, há o registro de uma conversa entre Kuntz, o perfil “GabrielaR702” e Paulo Amador Cunha Bueno, um dos advogados da equipe do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ao STF, a defesa de Cid alega que Kuntz e Wajngarten tentaram contato com Cid por meio de uma de suas filhas menor de idade. Wajngarten também teria procurado a esposa do militar. Segundo a defesa, Kuntz e Paulo Costa Bueno também abordaram a mãe do tenente-coronel em eventos em São Paulo. “Cercaram-na no sentido de demover a defesa então constituída por Mauro Cid”, informaram os advogados do delator.
Pela rede social X, Wajngarten afirmou que recebia “com tranquilidade” a informação de que terá que prestar depoimento à PF. “A criminalização da advocacia é a cortina de fumaça para tentar ocultar a expressa falta de voluntariedade do réu delator Mauro Cid e a consequente nulidade da colaboração. Causa indignação e não surpresa que a decisão do ministro seja amplamente publicizada enquanto as razões que supostamente as motivam estejam em sigilo”, pontuou.
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Fonte: InfoMoney