Senadores republicanos dos EUA tentarão avançar com o projeto de lei do presidente norte-americano, Donald Trump, para reduzir impostos e gastos no sábado (28), com uma votação processual que poderá dar início a uma maratona de sessões durante o fim de semana.
O projeto de lei prolongaria as reduções fiscais de 2017, que foram a principal conquista legislativa do primeiro mandato de Trump, reduziria outros impostos e aumentaria os gastos com as forças armadas e a segurança nas fronteiras. Analistas estimam que uma versão aprovada pela Câmara dos Deputados no mês passado acrescentaria cerca de US$ 3 trilhões à dívida pública de US$ 36,2 trilhões do país.
Os republicanos do Senado estão divididos sobre os planos para compensar parcialmente o forte impacto desse projeto de lei no déficit, incluindo o corte do programa de seguro-saúde Medicaid para americanos de baixa renda.
Os republicanos estão usando uma manobra legislativa para contornar o limite de 60 votos do Senado para aprovar a maioria das leis na câmara de 100 membros. Suas margens estreitas no Senado e na Câmara significam que eles não podem ter mais do que três votos republicanos contrários para aprovar um projeto de lei ao qual os democratas se opõem, dizendo que ele onera os estadunidesnses de baixa e média renda para beneficiar os ricos.
Trump pressionou o Congresso para aprovar o projeto de lei até o feriado de 4 de julho, Dia da Independência. A Casa Branca disse no início deste mês que a legislação, que Trump chama de “One Big Beautiful Bill” (Um Grande e Belo Projeto de Lei), reduziria o déficit anual em US$ 1,4 trilhão.
Embora alguns republicanos em ambas as câmaras tenham manifestado oposição a alguns elementos do projeto de lei, este Congresso até agora não rejeitou nenhuma das prioridades legislativas do presidente.
Uma votação bem-sucedida para abrir o debate daria início a um longo processo que poderia se estender até domingo, já que os democratas apresentariam uma série de emendas que provavelmente não seriam aprovadas em uma câmara controlada pelos republicanos por 53 a 47.
Isenções fiscais, cortes de gastos
Os democratas concentrarão seus esforços em emendas destinadas a reverter os cortes de gastos republicanos em programas que fornecem assistência médica apoiada pelo governo a idosos, pobres e pessoas com deficiência, bem como ajuda alimentar a famílias de baixa renda.
O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, resumiu as razões da oposição de seu partido ao projeto de lei em uma coletiva de imprensa na sexta-feira (27): “Ele prevê os maiores cortes em financiamento alimentar de todos os tempos” e pode resultar na perda de mais de 2 milhões de empregos, ao destacar o retrocesso republicano nas iniciativas de energia limpa introduzidas pelo governo Biden.
O líder da maioria republicana no Senado, John Thune, enfatizou os componentes de redução de impostos durante um discurso na sexta-feira no Senado.
“O ponto central de nosso projeto de lei é o alívio fiscal permanente para o povo americano”, disse ele ao apresentar a legislação que contém uma nova redução de impostos para idosos e outros contribuintes. A medida, disse Thune, “ajudará nossa economia a voltar a funcionar a todo vapor”.
Ela também elevaria o limite legal de endividamento do Departamento do Tesouro em trilhões de dólares para evitar o primeiro calote da dívida nos próximos meses.
Se o Senado conseguir aprovar a principal meta legislativa de Trump até o início da próxima semana, a Câmara estará pronta para aplicar rapidamente o selo final de aprovação, enviando-o a Trump para ser sancionado.
Mas, com os republicanos do Senado lutando para encontrar cortes de gastos suficientes para ganhar o apoio da extrema-direita do partido, Trump afrouxou um pouco a rédea na sexta-feira, dizendo que seu prazo de 4 de julho para encerrar tudo era “importante”, mas “não é o fim de tudo”.
Entre as divergências mais difíceis que os republicanos do Senado tiveram de enfrentar na sexta-feira à noite estavam o tamanho do limite para deduções de impostos estaduais e locais e uma economia de custos do Medicaid que poderia prejudicar os hospitais rurais.
Existe um problema estrutural na economia do mundo, diz professor
Fonte: CNN Brasil