O empresário e jornalista Paulo Figueiredo, um dos 34 denunciados pela PGR por tentativa de golpe de Estado, pediu ao governo Donald Trump que aplique sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em até 30 dias.
A declaração foi feita nesta terça-feira (24) durante audiência na Comissão de Direitos Humanos Tom Lantos, no Congresso dos Estados Unidos.
Figueiredo classificou Moraes como um “ditador disfarçado de juiz” e disse que é alvo de perseguição desde 2019. “Ele congelou todos os meus bens no Brasil, bloqueou minhas redes sociais, cancelou meu passaporte e me condenou ao exílio”, afirmou.
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Eduardo e Zambelli
Durante o depoimento, o empresário alegou que seu caso faz parte de uma “campanha sistemática” de repressão.
Ele citou os deputados licenciados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que vive nos EUA, e Carla Zambelli (PL-SP), atualmente na Itália, como exemplos de brasileiros perseguidos pelo Judiciário.
Figueiredo também afirmou desconhecer se há um mandado internacional de prisão contra ele: “Moraes me insulta me chamando de fugitivo. Ele alega que tem um mandado secreto contra mim, onde eu não posso me defender”.
A sessão foi presidida pelo deputado democrata James P. McGovern, que rebateu a acusação de perseguição judicial. O clima esquentou após Figueiredo alegar que sua liberdade de expressão estava sendo violada. McGovern, que copreside a comissão, considerou “exagerada” a narrativa do brasileiro.
Trump ameaça aplicar sanções
Em maio, o governo Trump anunciou que restringiria vistos a autoridades estrangeiras acusadas de censurar cidadãos ou empresas americanas. Embora a lista oficial não tenha sido divulgada, o secretário de Estado Marco Rubio sugeriu que Alexandre de Moraes poderia ser incluído entre os alvos.
A medida faz parte de uma iniciativa ligada à Global Magnitsky Act, que permite aos EUA punir estrangeiros envolvidos em violações de direitos humanos, com sanções como bloqueio de bens, restrições de entrada e suspensão de negócios com empresas americanas. No entanto, sua aplicação depende de tratativas com o Departamento do Tesouro.
Figueiredo é réu no STF
A PGR acusa Paulo Figueiredo de integrar o “núcleo 4” da trama golpista de 2022, responsável pela disseminação de desinformação. Segundo os investigadores, ele atuava para influenciar militares e desacreditar o sistema eleitoral.
Radicado nos EUA, Figueiredo foi notificado da denúncia por edital, procedimento adotado quando o acusado está em local incerto. A Defensoria Pública da União foi nomeada para representá-lo, mas informou ao STF que não pode apresentar defesa, pois ele reside em endereço desconhecido no exterior. O caso segue sem decisão.
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Fonte: InfoMoney
