A ofensiva dos Estados Unidos contra a instalação nuclear subterrânea de Fordow, no Irã, pode ter seguido uma estratégia precisa e simbólica: mirar diretamente nos dutos de ventilação do bunker, considerados os pontos mais frágeis da estrutura. A informação consta em uma análise do The New York Times, com base em imagens de satélite e entrevistas com especialistas em segurança nuclear.
A técnica remete a uma famosa cena de “Star Wars”, em que o protagonista Luke Skywalker destrói a Estrela da Morte ao acertar um duto de ventilação. A semelhança com o ataque militar inspirou comparações nas redes sociais, levando usuários a ironizar a vulnerabilidade do projeto iraniano.
“Mandaram uma bomba no duto. Ninguém no Irã assistiu a Star Wars?”, brincou um internauta.

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Satélites mostram crateras nos alvos
As imagens de satélite, captadas pela Planet Labs e pela Maxar Technologies, revelam ao menos seis crateras em uma região montanhosa onde está localizada a base de Fordow. As marcas no terreno indicam que os EUA teriam usado bombas do tipo bunker-buster, projetadas para penetrar camadas de rocha e concreto.

Os alvos específicos teriam sido dois poços de ventilação identificados por imagens mais antigas, de 2009, quando Fordow ainda estava em construção. Embora essas estruturas tenham sido cobertas posteriormente, analistas acreditam que continuaram operando como canais internos de ar e exaustão.
“Atingir um poço de ventilação faria sentido, pois ele já rompe a integridade da montanha”, afirmou Mark Fitzpatrick, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, ao NYT. O especialista Scott Roecker, da Nuclear Threat Initiative, reforça: “São provavelmente os pontos mais vulneráveis da instalação.”
Danos ainda sob avaliação
Apesar das declarações do presidente Donald Trump, que afirmou no sábado (21) que Fordow havia sido “completamente obliterada”, autoridades militares dos EUA e de Israel adotam tom mais cauteloso. Imagens mostram que o edifício central de apoio parece ter resistido à ofensiva.
Segundo analistas, o ataque pode ter contado com bombardeiros B-2 e ao menos três bombas anti-bunker lançadas em dois pontos estratégicos, causando colapsos parciais e cinzas visíveis no topo das montanhas.
Ainda não há confirmação sobre os danos no interior da estrutura, que abriga centrífugas e material sensível do programa nuclear iraniano. O Irã, por sua vez, afirma que retirou o urânio enriquecido antes da ofensiva, mas não indicou seu novo destino.
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Fonte: InfoMoney