Estas são as principais reações internacionais ao ataque norte-americano de domingo contra várias instalações nucleares iranianas, com o qual Washington se uniu a Israel em sua guerra contra a República Islâmica do Irã.
Irã: EUA ‘precisam receber uma resposta’
O presidente iraniano, Masud Pezeshkian, condenou a “agressão” dos Estados Unidos e acusou Washington de estar “por trás” da operação militar de Israel no Irã.
Os Estados Unidos “precisam receber uma resposta por sua agressão”, afirmou o mandatário durante uma ligação com seu homólogo francês, Emmanuel Macron, segundo a agência de notícias Irna.
“Os acontecimentos desta manhã são escandalosos e terão consequências eternas”, escreveu na rede social X o ministro iraniano das Relações Exteriores, Abás Araqchi.
O Irã se defenderá “por todos os meios necessários”, acrescentou. “Não há linha vermelha que eles não tenham cruzado. E a última, e mais perigosa, ocorreu ontem à noite (sábado). Cruzaram uma linha vermelha muito grave ao atacar as instalações nucleares.”
A Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica, ameaçou os Estados Unidos com “represálias das quais se arrependerão”.
Israel: a promessa ‘foi cumprida’
“A sua decisão corajosa de atacar as instalações nucleares do Irã com o impressionante e justo poder dos Estados Unidos mudará a história”, declarou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em um vídeo de agradecimento a Trump.
Os ataques marcam “um ponto de inflexão histórico que pode ajudar a conduzir o Oriente Médio e além a um futuro de prosperidade e paz”, acrescentou. “O presidente Trump e eu costumamos dizer: paz por meio da força.”
“Primeiro vem a força, depois vem a paz. E nesta noite, o presidente Trump e os Estados Unidos agiram com muita força”, concluiu Netanyahu.
Paquistão: Irã ‘tem direito à autodefesa’
O Paquistão, única potência nuclear do mundo muçulmano e aliado dos EUA, condenou os bombardeios norte-americanos.
“Reiteramos que esses ataques violam todas as normas do direito internacional e que o Irã tem o direito legítimo à autodefesa conforme a Carta da ONU”, declarou o Ministério das Relações Exteriores.
ONU: ‘escalada perigosa’
“É uma escalada perigosa numa região que já está à beira do abismo, e uma ameaça direta à paz e à segurança mundiais”, avaliou o secretário-geral da ONU, António Guterres.
União Europeia pede ‘recuo’
A chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Kaja Kallas, apelou a “todas as partes que recuem, voltem à mesa de negociações e evitem qualquer escalada adicional”, em mensagem publicada na X.
Ela acrescentou que o Irã não deve desenvolver armas nucleares e que os ministros das Relações Exteriores da UE discutirão a situação nesta segunda-feira.
Rússia: bombardeios ‘irresponsáveis’
A Rússia condenou firmemente os bombardeios dos EUA, que classificou como “irresponsáveis”, contra seu principal aliado no Oriente Médio.
“A decisão irresponsável de realizar ataques com mísseis e bombas no território de um Estado soberano, qualquer que seja a justificativa, viola flagrantemente o direito internacional”, declarou a diplomacia russa.
China: apelo ‘especial’ por cessar-fogo
O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou, no domingo, que “condena firmemente” os bombardeios dos EUA e que eles contribuem para uma “escalada das tensões no Oriente Médio”.
“A China apela a todas as partes em conflito, especialmente Israel, para que cessem fogo o mais rápido possível”, disse o ministério.
Japão: impedir armas nucleares do Irã
O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, disse que “uma desescalada o mais rápido possível é mais importante do que qualquer coisa”, mas que “ao mesmo tempo, o desenvolvimento de armas nucleares do Irã deve ser interrompido”.
Coreia do Norte denuncia violação à Carta da ONU
A Coreia do Norte condenou os ataques dos EUA e os classificou como violação da Carta da ONU, atribuindo a tensão no Oriente Médio à “audácia imprudente de Israel”, segundo comunicado do Ministério das Relações Exteriores, publicado pela agência estatal KCNA.
Reino Unido pede que Irã ‘volte a negociar’
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, pediu que o Irã “volte à mesa de negociações”.
“Jamais se pode permitir que o Irã desenvolva uma arma nuclear e os EUA tomaram medidas para mitigar essa ameaça”, escreveu Starmer no X, destacando que “a estabilidade na região é prioridade”.
Horas depois, o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, ecoou o primeiro-ministro em um post no X, acrescentando: “O Reino Unido não participou desses ataques. Pedimos ao Irã que mostre moderação e chegue a uma solução diplomática para acabar com esta crise.”
Alemanha pede que Irã continue negociando
O chanceler alemão, Friedrich Merz, “reiterou seu apelo ao Irã para que inicie imediatamente negociações com os Estados Unidos e Israel a fim de alcançar uma solução diplomática para o conflito”.
França: apelo à ‘moderação’
O presidente francês, Emmanuel Macron, conversou no domingo com o presidente iraniano Pezeshkian e o instou a retomar as “conversas diplomáticas”, fazendo um apelo à “desescalada”, segundo informou o Palácio do Eliseu.
O ministro das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, disse que a França notou os ataques dos EUA “com preocupação” e que não participou. A França expressou repetidamente sua “firme oposição ao Irã adquirir armas nucleares”, disse ele.
Espanha pede ‘desescalada’
“Pedimos a todas as partes que promovam a desescalada. Não é a solução militar que trará paz e estabilidade ao Oriente Médio, mas a diplomacia. Por isso, esperamos que todos voltem à mesa de negociação”, disse o ministro espanhol das Relações Exteriores, José Manuel Albares.
Arábia Saudita: ‘grande preocupação’
A Arábia Saudita “acompanha com grande preocupação os acontecimentos na República Islâmica do Irã, com o ataque dos EUA às instalações nucleares iranianas”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores saudita.
Iraque: ‘escalada militar’
O governo iraquiano condenou os ataques norte-americanos, classificando-os como uma “escalada militar” que “ameaça a segurança e a paz no Oriente Médio” e “coloca em grave risco a estabilidade regional”.
Brasil vê risco de ‘danos irreversíveis’
O governo brasileiro, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, rejeitou “veementemente” os ataques de Israel e dos EUA. Destacou a “urgente necessidade de uma solução diplomática” para evitar “danos irreversíveis à paz, à estabilidade regional e mundial e ao regime de não proliferação e desarmamento nuclear”.
Papa Leão XIV: ‘a humanidade clama por paz’
“A humanidade clama por paz, diante das notícias alarmantes vindas do Oriente Médio”, declarou o papa Leão XIV após os bombardeios dos EUA.
Organização da Cooperação Islâmica: ‘profunda preocupação’
A Secretaria-Geral da OCI expressou sua “profunda preocupação” e considerou os ataques dos EUA uma “escalada perigosa que pode levar ao aumento das tensões e ameaçar (…) a segurança regional”.
Rebeldes houthis: ‘declaração de guerra’
Os rebeldes houthis do Iêmen, aliados do Irã, consideraram os ataques norte-americanos como “uma declaração de guerra” contra o povo iraniano e afirmaram que estão prontos “para atacar navios e embarcações dos EUA no mar Vermelho”.
Hamas: ‘agressão criminosa’
“Condenamos essa agressão criminosa”, escreveu no Telegram o movimento islamista palestino Hamas, aliado do Irã e em guerra com Israel há 20 meses na Faixa de Gaza.
“Consideramos isso um exemplo flagrante da política de imposição da hegemonia pela força, uma agressão baseada na lei da selva e uma violação de todas as normas e convenções internacionais”, acrescentou.
Austrália: ‘Não queremos uma escalada’
O primeiro-ministro Anthony Albanese disse, em uma coletiva de imprensa, nesta segunda-feira, que o Irã “não pode ter permissão para obter uma arma nuclear”. Ele disse: – A ação dos EUA foi direcionada a locais específicos centrais para o programa nuclear do Irã. Não queremos uma escalada e uma guerra em grande escala – acrescentando que o Irã “não cumpriu” as obrigações internacionais.
Arábia Saudita: ‘profunda preocupação’
O Ministério das Relações Exteriores disse que o reino está acompanhando “com profunda preocupação” os desenvolvimentos no Irã e instou a comunidade internacional a aumentar seus esforços em direção a uma “solução diplomática que garanta o fim desta crise e leve a virar uma nova página para alcançar a segurança e a estabilidade em toda a região”, em um comunicado em árabe.
Catar: ‘escaladas catastróficas’
O Ministério das Relações Exteriores alertou que “tensões perigosas experimentadas pela região levarão a escaladas catastróficas nas frentes regional e internacional”. O ministério pediu a todos os lados que “exerçam sabedoria e autocontrole” e evitem uma nova escalada que afetaria as pessoas em uma região já assolada por conflitos e crises humanitárias.
Kuwait: apelo à ONU
O Ministério das Relações Exteriores destacou o Conselho de Segurança das Nações Unidas em um apelo “para honrar suas responsabilidades de manter a paz e a segurança globais”. Sua declaração pedia uma “suspensão imediata e completa de toda e qualquer forma de escalada, um cessar-fogo completo da atividade militar e a contenção da linguagem e autocontrole”.
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Fonte: InfoMoney