Há 30 anos, o Brasil se apaixonou por uma Brasília amarela. Em 23 de junho de 1995, era lançado no país o álbum “Mamonas Assassinas”, da banda homônima formada por cinco jovens de Guarulhos.
Com shows lotados por todo o país e mais de 3 milhões de cópias do disco vendidas, a banda tinha uma mistura infalível de letras debochadas, figurinos coloridos e destrambelhados e muito carisma.
Com versos como “Minha Brasília amarela / ‘Tá de portas abertas / Pra mó de a gente se amar / Pelados em Santos”, “Pelados em Santos” se tornou um hit e foi uma das canções mais executadas nas rádios no ano de 1995, ao lado de “Vira Vira”, com uma letra desbocada e repleta de referências sexuais.
O grupo de rock havia sido formado meses antes por uma turma de garotos da Grande São Paulo. Alecsander Alves Leite, o Dinho, fazia vocais e violão; Bento Hinoto, vocais de apoio e guitarra; Samuel Reoli, vocais de apoio e baixo; Júlio Rasec, vocais de apoio e teclados; e Sérgio Reoli, vocais de apoio e bateria.
Fim precoce e legado 30 anos depois
A trajetória do grupo foi curta, para tristeza dos milhões de fãs. Em março de 1996, após uma apresentação em Brasília, os integrantes da banca embarcaram em um jatinho a caminho de Guarulhos. Durante o voo, o avião colidiu com a Serra da Cantareira, matando todos a bordo. A morte precoce dos integrantes da banda comoveu o Brasil.
Trinta anos após o lançamento do álbum, no entanto, é possível perceber que o legado da banda permanece.
Segundo dados enviados com exclusividade pelo Spotify à CNN, os números de reprodução das faixas são impressionantes: “Pelados em Santos” tem mais de 57 milhões de reproduções, seguida por “Robocop Gay” e “Vira Vira”, ambas com 47 milhões.
Ainda segundo a plataforma, mais de 66% do público que ouve Mamonas Assassinas no streaming tem menos de 34 anos – ou seja, era praticamente bebê quando a banda fez sucesso – e as três cidades que mais escutam a banda são São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro (veja abaixo a lista das músicas da banda mais reproduzidas no Deezer e no Spotify).
Ouça “Pelados em Santos”:
Memórias da mãe de um ídolo
Qual o segredo do sucesso tanto tempo depois? “Meu filho foi um jovem alegre, aquela alegria toda dele cativou todo esse povo maravilhoso. Eles eram meninos alegres, eram umas crianças crescidas”, diz Célia Alves, mãe de Dinho, em entrevista à CNN.

Agora, Célia lança o livro “Indo Além da Dor” (Editora Betel), em que conta o lado íntimo ao lado do filho, em homenagem aos 30 anos da banda.
“Até hoje eu encontro a adolescentes que nem tinham nascido na época do sucesso dele, mas o sucesso que passou de pais pra filhos”, conta a mãe do vocalista.
Célia explica que, na época do acidente, sua filha Grace, irmã de Dinho, estava grávida e o cantor estava empolgado para ser tio e já fazia planos com a criança. Em junho daquele ano, nasceu Alecsandra, batizada em homenagem ao tio falecido três meses antes.
“Fez vinte e nove anos [do acidente], mas a dor continua, a dor continua, a gente vai vivendo um dia de cada vez. Tem dias que a saudade bate forte. A gente chora, né? Mas a gente tem que se levantar aí em frente”, conta Célia.
Faixas dos “Mamonas Assassinas” mais ouvidas no Spotify, com número de reproduções:
Pelados Em Santos 57.071.374
Robocop Gay 47.484.628
Vira-Vira 47.357.088
1406 34.708.666
Chopis Centis 34.620.181
Jumento Celestino 21.957.638
Uma Arlinda Mulher 19.661.723
Lá Vem o Alemão 19.278.188
Mundo Animal 17.189.144
Sábado de Sol 13.341.667
Cabeça de Bagre II / Sample: Baby Elephant Walk 12.819.624
Bois Don’t Cry 11.372.518
Débil Metal 11.044.048
Sabão Crá-Crá (The Mad Ku-Ku) 8.817.708
Faixas dos “Mamonas Assassinas” mais ouvidas no Deezer:*
1406
Pelados Em Santos
Vira-Vira
Robocop Gay
Uma Arlinda Mulher
Chopis Centis
Cabeça De Bagre II / Sample: Baby Elephant Walk (Instrumental)
Jumento Celestino
Mundo Animal
Lá Vem O Alemão
*A plataforma não informou o número de reproduções
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Fonte: CNN Brasil