A posição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no conflito entre Irã e Israel é considerada “extremamente delicada”, segundo o professor de Relações Internacionais da FAAP, Lucas Leite, em entrevista à CNN.
Leite explica que a ambiguidade de Trump reflete uma tentativa de avaliar os custos e riscos de uma possível intervenção militar, além de sondar a opinião pública americana.
“Se a pressão aumentar ou diminuir por um lado ou por outro, isso provavelmente vai impactar na tomada de decisão do presidente”, afirma o especialista.
O professor destaca o dilema enfrentado por Trump: “Nós temos hoje uma situação de apoio muito grande a Israel, por grande parte do país, ao mesmo tempo em que grande parte da sua base votou nele, esperando que ele não entrasse nesse tipo de conflito”.
Desafios diplomáticos e geopolíticos
Leite considera improvável uma resolução diplomática no prazo de duas semanas sugerido por Trump, a menos que haja uma escalada do conflito envolvendo outros atores regionais.
O especialista cita a complexidade geopolítica, mencionando o apoio do Paquistão ao Irã, a venda de armamentos pela Rússia e a postura cautelosa da China.
Sobre a possibilidade de um novo acordo nuclear com o Irã, Leite questiona os reais objetivos dos Estados Unidos:
“É mudar o regime no Irã ou é de fato conseguir com que o Irã conceda algum tipo de confirmação de que ele não vai enriquecer o urânio na medida que possa construir armas nucleares?”
O professor alerta para os riscos de uma mudança forçada de regime, citando exemplos históricos como Iraque, Afeganistão e Líbia.
Ele enfatiza a importância de respeitar os princípios do sistema internacional, como a soberania dos países, e sugere que as negociações devem seguir os parâmetros estabelecidos pela Carta da ONU e resoluções internacionais.
Fonte: CNN Brasil