Procura-se um gestor para uma cidade com população estimada em 8,4 milhões de pessoas, uma força de trabalho de servidores públicos de 306 mil pessoas e um orçamento que deve bater nos US$ 115 bilhões no ano que vem. Nova York só vai votar para o novo prefeito em novembro, mas as primárias democratas estão marcadas para o dia 24 de junho, com 11 postulantes ao cargo.
O atual mandatário, Eric Adams, é candidato à reeleição, mas deixou o partido em meio a acusações de corrupção e decidiu concorrer como independente.
Mas o que é preciso para se eleger como prefeito da Big Apple? Analista políticos consultados pela mídia americana dizem que não basta se oferecer como um bom zelador, é preciso deixar uma marca.
Assim, sempre são lembrados os exemplos de Rudy Giuliani, em sua cruzada pela redução das criminalidade no início dos anos 2000, ou de Michael Bloomberg, considerado um tecnocrata, mas que lutou para melhorar a saúde pública, proibindo o fumo em ambientes fechados, o que aumentou a expectativa de vida em dois anos na cidade.
Já Bill de Blasio, um progressista idealista, defendeu com sucesso a pré-escola universal – um programa que permanece profundamente popular até hoje. Já Adams avançou na meta de a cidade construir 500 mil novas casas em uma década, num audacioso plano de reforma do zoneamento.
Veja quem são os candidatos:
Independentes
Eric Adams – Atual prefeito
Adams se elegeu em 2011, se apresentando como um ex-policial que prometia reduzir o crime. Embora sua mensagem agora seja semelhante, ele tem enfrentado acusações federais de corrupção. Limado em seu partido, ele vai oferecer seu nome agora como independente, com uma nítida aproximação com Donald Trump, que pode ser um problemas entre o eleitorado democrata. Ele também corre o riscos de perder o apoio de grandes sindicatos.
Jim Walden
O ex-promotor federal Jim Walden nunca concorreu a um cargo antes e diz querer reduzir a corrupção. Ele tem criticado os pedágios em Manhattan e os mandatos de vacinas da cidade durante a pandemia.
Democratas
Andrew Cuomo
O ex-governador de NY por três mandatos e que renunciou em 2021 após um escândalo sexual, lidera quase todas as pesquisas e deve se sair vencedor ao menos nas primárias. Tem em seu currículo projetos audaciosos de infraestrutura e de aumento do salário-mínimo, há quem lembre que sua administração sofreu severas críticas por conta de mortes em lares de idosos no início da pandemia de covid-19.
Adrienne Adams
A primeira líder negra da Câmara Municipal novaiorquina tem criticado duramente o prefeito Adams – apesar do sobrenome, não são parentes. Ela tem se posicionado como uma alternativa de princípios e livre de escândalos tanto a Adams como a Cuomo e tem o apoio de Letitia James, a procuradora-geral do estado. Sua principal propostas é um plano de renda garantida.
Selma Bartolomeu
A professora Bartholomew trabalha em uma escola pública e é consultora educacional. Em 2008, ela fundou a empresa Partner With Legacy, que ajuda a fornecer treinamento e suporte educacional para professores, escolas e distritos. Seus planos de política incluem a criação de uma avaliação formal da qualidade de vida e o ensino de habilidades de segurança na água para 1,5 milhão de crianças.
Zohran Mamdani
Deputado estadual no campo progressista, Mamdani tem como plataforma tornar os ônibus gratuitos na cidade, assim como as creches gratuitas, além de criara um Departamento de Segurança Comunitária e construir supermercados públicos de propriedade da prefeitura. Seus vídeos de campanha entrevistando eleitores de Trump e trabalhadores de carrinhos halal se tornaram virais.
Brad Lander
O atual “comptroller” da cidade, uma espécie de auditor, quer colocar os sem-teto com problemas de saúde mental em moradias estáveis, restaurar o financiamento para a educação infantil e realizar o gerenciamento de projetos de capital e outras reformas que ele pediu em seu cargo.
Paperboy Love Prince
O ativista Paperboy Prince é um criador de conteúdo, ativista comunitário e artista musical cuja candidatura a prefeito em 2021 chamou a atenção nas redes sociais por suas aparições provocativas.
Scott Stringer
Também foi auditor da cidades e tem planos de reforçar o departamento de polícia (NYPD), combater a corrupção, desbloquear mais terras para moradias populares, expandir creches e limpar as ruas. Mas tem contra si o fato de concorrer na mesma esfera de atuação de Lander e acusações de má-conduta sexual.
Jéssica Ramos
A senador estadual Jéssica Ramos tem como plataforma a melhoria nas creches, o reforço da oferta de moradias acessíveis e a integração dos cuidados de saúde mental em toda a cidade. Como ela acabou apoiando Cuomo, seu nome ainda vai aparecer nas cédulas, mas não tem chances.
Zellnor Myrie
Senador estadual representando o Brooklyn, tem propostas para construir e preservar 1 milhão de casas na cidade de Nova York e criar programas pós-escolares universais e gratuitos. Ele apoia medidas de controle de armas e reformas da justiça criminal
Whitney Tilson
Tilson, ex-gestor de fundos de hedge, se apresenta como um candidato pró-negócios que melhoraria a segurança do metrô se eleito. Ele diz querer reduzir oscrimes violentos, aumentar a economia da cidade e controlar os gastos excessivos do governo municipal.
Michael Blake
O ex-deputado estadual Michael Blake foi assessor na Casa Branca durante o governo do presidente Barack Obama. Ele se apresenta como um moderado e diz que está focado em abordar questões de qualidade de vida. Tem defendido creches universais e redução de impostos para proprietários de casas de classe média. Também apoia mais pagamentos do governo a ONGs.
Republicano
Curtis Sliwa
O ativista conservador Sliwa é fundador do grupo vigilante anticrime Guardian Angels, um grupo de patrulha cidadã. Crítico da forma como o prefeito tem lidado com a crise migratória, se opõe à abertura de novos abrigos. Ele foi o candidato republicano na última eleição para prefeito e perdeu com folga para Eric Adams.
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Fonte: InfoMoney