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Com a Selic em 15%, como ficam os fundos de investimento?

Com a Selic em 15%, como ficam os fundos de investimento?

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu aumentar os juros em 0,25 p.p., chegando a 15%, o que mantém a atratividade dos investimentos em renda fixa, já que o patamar de juros segue elevado. Considerando os fundos de investimentos prefixados, pós-fixados ou multimercados, especialistas sugerem atenção com as estratégias de investimento.

Para Ângelo Belitardo, diretor de Gestão da Hike Capital, o aumento da Selic reforça o tom mais duro (“hawkish”) do Banco Central, evidenciando maior preocupação com a inflação corrente e com a desancoragem das expectativas futuras. Para ele, o impacto imediato é o aumento da atratividade dos fundos de renda fixa atrelados ao CDI, que ganham em retorno nominal. Também pode haver pressão adicional sobre fundos de crédito mais sensíveis à volatilidade e risco de liquidez. Fundos de ações e multimercado sofrem mais no curto prazo, com maior prêmio exigido para risco e maior aversão dos investidores.

“A estratégia continua exigindo prudência, diversificação e foco na qualidade do risco assumido. Em um ambiente de juros ainda elevados, é recomendável manter uma parcela relevante em fundos de renda fixa de alta liquidez e crédito bem estruturado. Para os multimercados, o momento favorece gestores com viés mais direcional em juros e câmbio. Já nos fundos de ações, o foco deve estar em estratégias com viés de valor e empresas com balanços sólidos e que estejam resilientes”, avalia Belitardo.

Para Eduardo Amorim, especialista de investimentos da Manchester, o raciocínio permanece o mesmo: os fundos de investimento, especialmente os pós-fixados, continuam oferecendo uma rentabilidade real muito atrativa já que o patamar de juros segue elevado. “Com a inflação acumulada em 12 meses em 5,32%, o investidor conservador tem hoje a oportunidade de obter um retorno de até 9% acima da inflação em produtos considerados de baixo risco”, afirma.

Amorim destaca que esse “prêmio” é “historicamente alto”, o que reforça a atratividade dessa classe de ativos. Para ele, a recomendação é manter a exposição a esses fundos, priorizando uma carteira diversificada — tanto em tipos de fundos quanto nos prazos de resgate. “Fundos com prazos mais longos, em geral, tendem a entregar retornos maiores, principalmente entre os de renda fixa”, diz.

Entretanto, ele alerta que mesmo nesse ambiente de juros elevados, é essencial avaliar os riscos envolvidos em cada fundo. “Para o investidor de longo prazo, a combinação de fundos pós-fixados com inflação controlada representa uma estratégia sólida, com retorno real significativo e boa proteção do capital”, diz.

Apesar do juro alto no curto prazo, o mercado já precifica a possibilidade de cortes em 2026, caso a inflação ceda e o risco fiscal seja controlado. Para Belitardo, isso abre espaço para aumentar gradualmente a exposição em renda variável, principalmente se houver queda no DI Futuro ou melhora do cenário fiscal. “Também é o momento de preparar a carteira para a retomada dos ativos de risco: fundos multimercado com maior exposição à Bolsa e crédito high yield bem selecionado podem capturar o movimento de precificação assim que o ciclo começar a virar”, afirma. 

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Fonte: InfoMoney

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