Inicialmente utilizado apenas por atletas de alto rendimento, o pré-treino virou uma febre e pode ser encontrado em pó para ser diluído em água, cápsulas e bebidas. Mas será que usar pré-treino traz riscos para a saúde?
Divulgado por muitos influencers fitness, o pré-treino virou uma peça quase que fundamental para quem quer ter mais foco e desempenho nas atividades físicas, mesmo que não sejam profissionais. Com alto teor de estimulantes, a maioria deles pode gerar efeitos adversos.
Quais são os riscos de consumir o pré-treino?
Na composição de alguns desses suplementos existe a presença de termogênicos, que agem como estimulantes do Sistema Nervoso Central, aumentando a temperatura corporal e acelerando o metabolismo – o que ajuda na perda de peso e ganho de massa magra.

À primeira vista, isso chama a atenção dos praticantes de atividades físicas, que muitas vezes incluem a substância na rotina alimentar sem acompanhamento profissional. Embora o pré-treino possa ajudar no desempenho, também existem efeitos perigosos e indesejados.
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Em artigo publicado no site da Unirio, um estudo avaliou pré-treinos à base de cafeína e o estimulante alquilamina 1,3-dimetilamilamina – substâncias bastante comuns na composição desses suplementos. E chegaram a resultados preocupantes.
“Os dois suplementos avaliados foram capazes de induzir respostas mutagênicas, genotóxicas e hepatotóxicas. Ou seja, são capazes de induzir lesões específicas no DNA e alteraram o funcionamento de células do fígado através do aumento do estresse oxidativo”, afirma o estudo.
Além disso, por ter outras substâncias estimulantes como a cafeína e a taurina, o pré-treino acaba por aumentar a pressão arterial e a frequência cardíaca, o que pode ser perigoso para quem tem uma predisposição a problemas cardíacos.

Pelos mesmos motivos, o pré-treino também deve ser evitado por pessoas que sofrem com algum transtorno de ansiedade e insônia, já que o suplemento pode desencadear uma crise e piorar os sintomas.
O professor Carlos Fernando Araújo Lima, do Departamento de Genética e Biologia Molecular da Unirio, explicou por que o pré-treino, mesmo oferecendo tantos riscos, não passa por protocolos de segurança aplicados a medicamentos por agências regulatórias, como a Anvisa.
Devido ao fato de serem considerados alimentos, esses produtos não costumam passar por processos de avaliações mais rígidos como acontece com os remédios.

“Extratos vegetais e estimulantes são os ingredientes-chave na composição desses suplementos analisados. Apesar de as plantas serem produtos normalmente utilizados em práticas terapêuticas também podem trazer riscos à saúde humana”, explicou.
Vale frisar que antes de tomar qualquer suplemento – seja o pré-treino ou outro – é importante se consultar com um nutricionista para a avaliar a real necessidade de uso. Muitas vezes, uma xícara de café já é mais do que o suficiente para iniciar a sua atividade física com mais disposição e segurança.
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Fonte: Olhar Digital