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Escalada de conflitos no Oriente Médio eleva atratividade de leilão da ANP, diz IBP

Escalada de conflitos no Oriente Médio eleva atratividade de leilão da ANP, diz IBP

RIO DE JANEIRO (Reuters) – O leilão de blocos exploratórios de petróleo no Brasil, marcado para esta terça-feira, tornou-se ainda mais atrativo após o conflito mais recente entre Israel e Irã lembrar investidores que o setor tem no país da América do Sul um ambiente seguro para negócios, disse o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) à Reuters na véspera.

Roberto Ardenghy explicou que além de elevar os preços do petróleo às vésperas do certame, a escalada dos conflitos no Oriente Médio ocorre enquanto o Brasil tem se mostrado um país bastante estável, no cumprimento aos contratos, e se colocado como uma boa alternativa como supridor do mercado global.

O leilão, organizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), prevê a oferta de 172 novos blocos para exploração de petróleo e gás para uma indústria brasileira ávida por novas reservas, uma vez que já projeta o pico da curva de produção para o início da próxima década.

“Há uma natural tendência de que o leilão amanhã seja bem-sucedido por essa questão também, de que nós estamos longe daquela confusão (do Oriente Médio), somos uma região que tem petróleo”, afirmou Ardenghy, pontuando que a situação naquela região não deve se resolver a curto prazo.

Segundo ele, o posicionamento geográfico do Brasil permite ainda o acesso a diversos mercados importantes.

“Você vê que saindo um petroleiro daqui do Brasil, ele pode ir para a Ásia, ele pode ir para a Europa, ele pode ir para os Estados Unidos, sem nenhum problema, sem nenhuma restrição, não é como no Estreito de Ormuz, com o qual está todo mundo preocupado”, adicionou.

Ardenghy ressaltou que o cenário no Oriente Médio também mostra a importância de um país como o Brasil ter independência e segurança energética, já que em sua avaliação o petróleo permanecerá sendo importante, apesar do cenário de transição energética.

“Nós precisamos urgente identificar novas reservas. A partir da oferta do leilão, a gente levaria de 11 a 12 anos para começar a produzir petróleo (considerando fazer) a descoberta, depois fazer toda a instalação do equipamento, começar a produzir. E o Brasil hoje tem uma independência, uma relação reserva-produção de 14 anos”, afirmou.

“Então, uma matemática de padaria já mostra que esse leilão e os outros que a ANP está planejando são muito importantes.”
O leilão, sob modelo de concessão, ofertará áreas nas bacias marítimas de Foz do Rio Amazonas, Santos, Pelotas e Potiguar, além da bacia terrestre de Parecis.

Ardenghy disse acreditar que ações na Justiça que pedem a suspensão do leilão, inclusive por questões ambientais, não devem prosperar. Ele defendeu que a ANP cumpriu todos os requisitos legais necessários para o certame.

Ao todo, 12 empresas apresentaram declarações de interesse e garantias de oferta para os setores em oferta. Além disso, há 31 empresas inscritas aptas a apresentar ofertas na sessão pública, incluindo grandes petroleiras como Petrobras, Exxon Mobil, Shell, BP e TotalEnergies.

ATRATIVIDADE DAS ÁREAS

Especialistas apontam grande potencial para ofertas para áreas em Santos, atualmente responsável por 78% da produção de petróleo do Brasil e com ampla infraestrutura instalada, e na Bacia de Pelotas, após descobertas feitas na Namíbia, na África, e que compartilham geologia semelhante.

“Naquela área (Namíbia), já foram identificadas várias reservas excelentes de petróleo… é a mesma formação geológica, então, a probabilidade de uma empresa começar a perfurar em Pelotas e encontrar uma quantidade muito grande de óleo, e de boa qualidade, é muito grande”, disse o economista e consultor no setor de óleo e gás, Aldren Vernersbach, à Reuters.

Enquanto isso, o interesse na Foz do Amazonas é vista como incerto, diante de dificuldades de petroleiras obterem licença ambiental para perfurar a região, apesar de já terem direitos exploratórios adquiridos.

“Acreditamos que as operadoras só voltarão seus interesses para a Bacia da Foz do Amazonas somente após a Petrobras obter a aprovação final de seu pedido de perfuração”, disse a analista sênior da Wood Mackenzie Glauce Santos.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o governo espera arrecadar ao menos R$150 milhões em bônus de assinatura com áreas a serem negociadas no certame.

“Esse é o valor de referência da ANP”, explicou Silveira à Reuters. Ele explicou ainda que, como é um leilão, o montante previsto “pode subir”, mas não detalhou eventuais expectativas de alta.

A concorrência ocorre ainda após o Brasil não ter ofertado novas áreas em 2024, quando a ANP se dedicou em fazer uma revisão dos blocos exploratórios disponíveis e das cláusulas dos editais. Antes disso, o último ano sem leilão no Brasil foi em 2016.

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Fonte: InfoMoney

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