O confronto entre Israel e Irã aparentemente não tem fim à vista — uma perspectiva que não parece estar causando pânico nos mercados.
Você já se surpreendeu com o fato de que o mercado de ações não despenca quando ouvimos notícias de guerra? Muitas vezes ele cai e se recupera rapidamente, muito antes de o desfecho ficar claro. Vamos nos aprofundar nesse tema, ao considerar como precificar o potencial de uma guerra total.
Minimizando o risco geopolítico
Israel e Irã continuam trocando ataques pesados pelo quinto dia consecutivo, frustrando quem esperava um avanço diplomático.
O presidente Trump saiu abruptamente da cúpula do G7 no Canadá e disse que buscava algo “melhor do que um cessar-fogo” entre Israel e Irã. Antes, ele havia dito que “todos deveriam evacuar Teerã imediatamente!” Seus comentários aumentaram as mensagens contraditórias sobre o conflito.
Mas os investidores estão lidando com a incerteza geopolítica — incluindo turbulências em uma rota marítima crucial — com tranquilidade.
O mais recente: Os mercados globais caíram após a recuperação de segunda-feira, mas ainda negociam pouco abaixo dos picos recentes. Os futuros do S&P 500 e do Nasdaq apontam para uma abertura em baixa. O Brent, referência internacional do petróleo, permanece estável acima de US$ 74 o barril, bem abaixo das máximas da semana passada.
Os mercados estão se acomodando em um padrão familiar: as ações caem quando crises geopolíticas surgem — e depois se recuperam à medida que o apetite dos investidores por risco retorna.
Isso aconteceu em abril de 2024, quando Israel e Irã trocaram ataques e provocaram temores de um conflito regional mais amplo. Na época, o S&P 500 caiu até 3,1% em cinco sessões de negociação, segundo dados da LPL Research, uma empresa de análise de mercado.
Quatorze sessões depois, o índice de referência já havia se recuperado totalmente. O S&P 500 depois bateu recorde atrás de recorde.
Isso não foi uma exceção. A LPL Financial analisou 25 grandes episódios geopolíticos, desde o ataque japonês a Pearl Harbor, em 1941. “As quedas totais em torno desses eventos têm sido bastante limitadas”, escreveu Jeff Buchbinder, estrategista-chefe de ações da LPL, em nota de pesquisa na segunda-feira. (Recuperações completas geralmente “levam apenas de algumas semanas a alguns meses”, acrescentou.)
Analistas do Deutsche Bank chegaram a uma conclusão semelhante: “A geopolítica normalmente não importa muito para o desempenho de mercado no longo prazo”, escreveu Henry Allen, estrategista de mercados, em nota na segunda-feira.
Os investidores parecem apostar que os últimos ataques não vão prejudicar os mercados globais de energia. O pior cenário seria Israel causar danos significativos à infraestrutura energética do Irã, um grande exportador de petróleo. Teerã retaliaria cortando efetivamente o tráfego de petroleiros pelo Estreito de Ormuz, uma passagem vital para o transporte mundial de petróleo.
Até agora, não há sinais disso.
c. 2025 The New York Times Company
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Fonte: InfoMoney