O Irã tem sinalizado, por meio de intermediários árabes, que deseja encerrar as hostilidades com Israel e retomar negociações sobre seu programa nuclear — desde que os Estados Unidos se mantenham fora do conflito. A informação é do Wall Street Journal, que ouviu autoridades do Oriente Médio e da Europa envolvidas nas conversas.
Segundo a reportagem publicada nesta segunda-feira (16), Teerã enviou mensagens diplomáticas tanto a Israel quanto a Washington, indicando que estaria disposto a voltar à mesa de negociações. A principal exigência: que os EUA não participem diretamente dos ataques, mesmo com o suporte logístico e defensivo já em andamento.
Ainda segundo o WSJ, o Irã indicou que pode acelerar seu programa nuclear e expandir o escopo do conflito caso não haja perspectiva de diálogo com os EUA. Até o momento, porém, não há indício de que Teerã esteja disposto a ceder em pontos-chave, como a interrupção do enriquecimento de urânio, condição mínima exigida por Israel antes do início das atuais ofensivas.
Israel mantém ofensiva
Mesmo diante dos sinais de desescalada por parte do Irã, Israel não demonstrou disposição de interromper os ataques. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que os bombardeios continuarão até que o programa nuclear iraniano e seus mísseis balísticos sejam eliminados. “Mudança de regime não é o objetivo, mas pode ser uma consequência”, disse.
Fontes israelenses citadas pelo WSJ afirmam que o país está preparado para ao menos duas semanas adicionais de bombardeios. Desde sexta-feira, Israel já matou figuras centrais do alto comando militar iraniano, especialmente da Força Aérea, deixando o aiatolá Ali Khamenei cada vez mais isolado politicamente. No entanto, analistas afirmam que os danos às instalações nucleares foram limitados até agora, e que seria necessária uma longa campanha aérea para desmantelar completamente o programa nuclear iraniano.
Ameaça ao petróleo
Autoridades árabes alertaram os EUA que o conflito pode se expandir e colocar ativos energéticos em risco, com potenciais efeitos significativos sobre os mercados globais de petróleo. Países como Arábia Saudita, Catar e Omã estão pressionando por um cessar-fogo imediato e um retorno às negociações.
No fim de semana, Israel e Irã abriram uma nova frente no conflito ao atacarem instalações energéticas um do outro. O confronto já causou centenas de mortes, destruição em áreas civis e intensificação do risco geopolítico no Oriente Médio.
Apesar da escalada militar, os preços do petróleo seguem estáveis até o momento, sem impactos diretos sobre os fluxos de exportação pelo Estreito de Ormuz, responsável por cerca de um terço do fornecimento global da commodity.
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Fonte: InfoMoney