O Itaú BBA atualizou sua análise técnica sobre o mercado acionário brasileiro e manteve avaliação positiva sobre a posição do Ibovespa e de ações classificadas como domésticas. A análise observa uma desaceleração no ritmo recente de alta, embora o indicador técnico do índice principal da B3 (B3SA3) continue acima da zona considerada neutra.
De acordo com o relatório divulgado ao mercado, o Ibovespa gira atualmente em torno de 135.700 pontos, ainda acima do patamar técnico de neutralidade (132 mil), mas abaixo do limite considerado de sobrecompra (145 mil).
A análise também se aplica ao EWZ – um fundo de índice (ETF) negociado em Nova York que acompanha ações brasileiras – que se mantém acima de seu ponto neutro (25,6), com leitura de momentum próxima da zona de sobrecompra (29,2).
O time do Itaú BBA também verificou sinais positivos ao observar a amplitude de mercado. Aproximadamente 65% das ações que compõem o Ibovespa e o índice SMLL (Small Caps) estão acima de suas médias móveis de 200 dias.
No Idiv, índice de dividendos da B3, essa proporção é ainda maior: ultrapassa 72%. Segundo o relatório, a tendência desse indicador é de crescimento gradual até o fim deste ano, podendo atingir níveis entre 20% e 30% adicionais.
Avaliação
O estudo utiliza uma ferramenta de rotação técnica para classificar os ativos em quadrantes, a partir da força de seu momentum. Nesse modelo, os estrategistas explicam que as ações ligadas à economia doméstica se encontram no quadrante de melhor desempenho relativo, embora operem mais próximas da média de curto prazo.
O setor financeiro, por sua vez, já teria cruzado para o quadrante de realização de lucros. Já as companhias ligadas a commodities continuam na extremidade oposta, figurando no quadrante com pior comportamento técnico.
Entre os setores que permanecem com leitura positiva, 10 de um total de 16 aparecem no quadrante superior da análise. São exemplos os setores de educação, saúde, tecnologia, mídia, telecomunicações e construção civil, todos negociando acima de suas médias de curto e longo prazo. Na outra ponta, petróleo e gás, agronegócio e bens de capital se concentram no quadrante com menor vigor técnico.
No portfólio recomendado pelo banco, 14 das 29 ações analisadas estão no quadrante de melhor desempenho. Seis nomes chamam atenção pela força de seu momentum: Direcional (DIRR3), Azzas 2154 (AZZA3), Bradesco (BBDC4), Rede D’Or (RDOR3), BTG Pactual (BPAC11) e PRIO (PRIO3).
O relatório também avalia o desempenho técnico do Brasil dentro do contexto de mercados emergentes e fatores quantitativos. Em moeda forte, Brasil e outros emergentes aparecem no quadrante superior da análise técnica. Dentro dos fatores específicos do mercado brasileiro, as small caps lideram com distância positiva em relação às médias móveis.
Fatores como baixa volatilidade, crescimento, momentum e qualidade estão mais próximos do quadrante de realização de lucros, enquanto o fator value, que concentra maior exposição a empresas de commodities, aparece no quadrante inferior.
Radar de liquidez
O Itaú BBA também criou um radar para acompanhar a liquidez das ações brasileiras, com o objetivo de monitorar papéis que estão se aproximando da faixa considerada atrativa para investidores estrangeiros – entre 5 e 15 milhões de dólares negociados por dia.
A partir de consultas com o mercado e análise dos volumes, cinco empresas foram identificadas nesse grupo: Caixa Seguridade (CXSE3), Direcional, Cury (CURY3), Intelbras (INTB3) e SLC Agrícola (SLCE3).
Para os analistas do banco, a leitura técnica atual reforça a atratividade de alguns setores e ações específicas da bolsa brasileira, ainda que a força compradora tenha perdido parte do ímpeto nas últimas semanas.
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Fonte: InfoMoney
