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BBI recomenda seleção cautelosa no setor de petróleo, mas reforça otimismo com Brasil

BBI recomenda seleção cautelosa no setor de petróleo, mas reforça otimismo com Brasil

Apesar do sentimento positivo em relação aos mercados emergentes e ao Brasil – impulsionado em parte pela desaceleração econômica dos EUA e pelo potencial para atrair fluxos significativos de capital -, o Bradesco BBI recomenda que os investidores adotem uma abordagem seletiva no setor de Óleo & Gás (O&G) brasileiro.

A instituição recomenda que os investidores priorizem empresas de ciclo longo, mais resilientes em um ambiente volátil, em detrimento das expostas a projetos de ciclo curto, como shale e onshore.

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Segundo analistas, a disciplina de capital e a capacidade de adaptação a mudanças regulatórias e de mercado serão fatores-chave para o desempenho das companhias no médio e longo prazos.

As principais recomendações, que também incluem distribuidoras de combustíveis, são Vibra (VBBR3, com preço-alvo de R$ 28), PRIO (PRIO3, com preço-alvo de R$ 49) e Petrobras (PETR4, com preço-alvo de US$ 14 para o ADR PBR negociado na NYSE). Além disso, reforçou-se a visão favorável sobre Vibra e Brava (BRAV3, preço-alvo de R$ 25).

Análise por empresa

Petrobras

A Petrobras enfrentou resultados abaixo do esperado em Gás e Energia no primeiro trimestre de 2025, mas o BBI espera uma recuperação gradual à medida que o mercado se normaliza e a empresa recupera participação. Leilões de energia térmica podem contribuir para melhorar os resultados. Atualmente, a companhia tem contratos fixos para apenas 700MW de sua capacidade total de 5GW. Uma revisão tarifária nos gasodutos também pode reduzir custos operacionais.

No upstream, a produção deve se aproximar de 2,3 milhões de barris por dia no segundo trimestre de 2025, alinhando-se à meta anual. O custo de lifting por barril deve cair para cerca de US$ 6,50, beneficiado pela redução de paradas de manutenção. Quanto a possíveis leilões de áreas excedentes, a administração mantém uma postura disciplinada, evitando compromissos com pagamentos antecipados elevados.

Vibra

De acordo com relatório, a empresa registrou ganhos de market share em abril, mas não devido a cortes de preços. A estratégia é aumentar a participação de forma gradual e ajustar os preços conforme necessário. Caso os avanços continuem significativos, a Vibra pode recalibrar seus preços para cima. A meta de lucratividade para 2024 permanece em R$ 175 por metro cúbico, com expansão moderada da participação no mercado.

Para BBI, a reforma tributária do etanol, que unifica a cobrança de impostos em uma única etapa, pode impulsionar os resultados em maio. Além disso, apesar de a regulamentação de créditos de carbono (CBios) só entrar em vigor em 2026, um grande player do setor já adquiriu R$ 300 milhões em CBios desde o início do ano.

Petrorecôncavo

O BBI prevê que o crescimento da produção deve desacelerar temporariamente em maio devido a atrasos na conclusão de poços mais profundos. Dois dos três poços recentemente perfurados devem ser integrados em junho, retomando a trajetória de expansão. A meta permanece em 29 a 30 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/d) até o final de 2024, subindo para 30 a 31 mil boe/d em 2026.

O gasoduto Tiê, com operação prevista para o terceiro trimestre de 2025, terá capacidade inicial de 150 mil m³/dia, com um prêmio de preço estimado em US$ 8,50 por MMBTU (milhão de Unidades Térmicas Britânicas). Isso deve incrementar o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em aproximadamente 5% (cerca de US$ 16 milhões).

Brava

O BBI espera que os investimentos diminuam no segundo e terceiro trimestres de 2025, aumentando novamente no quarto trimestre com a intensificação das atividades em Atlanta. A geração de caixa no segundo trimestre dependerá do cronograma de carregamentos nos campos de Atlanta e Papa Terra.

No longo prazo, a empresa busca reduzir o alto corte de água no Potiguar por meio de tecnologias como injeção de nitrogênio e polímeros, método comum na Argentina e Colômbia. Essa abordagem aumenta o fator de recuperação e reduz a necessidade de novos poços e estações de tratamento, diminuindo custos de capital.

Braskem (BRKM5)

O ambiente para spreads segue incerto, sem perspectivas de recuperação no curto prazo. A empresa deve continuar consumindo caixa nos próximos dois anos. A possível aprovação de medidas antidumping contra polietileno dos EUA em julho pode adicionar US$ 200 milhões anuais ao EBITDA.

A redução da alíquota do REIQ (regime tributário especial) para 8,25% avançou em uma das cinco comissões do Congresso, mas ainda não há previsão para votação em plenário, possivelmente ocorrendo no segundo semestre de 2025. Caso aprovada, a medida pode gerar um incremento de US$ 500 milhões por ano. Projetos de expansão de etano e novas fábricas de polietileno verde no Brasil devem contribuir com mais de US$ 500 milhões em EBITDA a partir de três anos.

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Fonte: InfoMoney

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