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Medidas não resolvem problema fiscal no longo prazo, alerta Pestana, diretor do IFI

Medidas não resolvem problema fiscal no longo prazo, alerta Pestana, diretor do IFI

As medidas anunciadas na noite de domingo (8) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para substituir boa parte do pacote do IOF — bem como outras que deve ser detalhadas até a terça-feira pelo governo — devem servir apenas cobrir as contas de 2025 e 2026, mas serão insuficientes numa visão de mais longo prazo, pensando no controle da evolução da dívida pública. A avaliação é de Marcus Pestana, diretor-executivo do Instituto Fiscal Independente (IFI), órgão vinculado ao Senado Federal.

Na avaliação de Pestana, a rejeição política ao aumento do IOF se deve à má qualidade tributária, ao fato de não ser imposto arrecadatório e de ter efeitos nocivos para o crédito.
Uma das medidas aventadas na reunião entre Haddad e líderes do Congresso na noite de domingo é a tributação das bets. Nesse caso, Pestana destaca que o faturamento das empresas de apostas esportivas gira em torno de R$ 300 bilhões. Ou seja, se a alíquota passar de 12% para 18%, como proposta, já geraria R$ 18 bilhões por ano. “Além disso, a tributação pode ajudar a combater um transtorno enorme, com endividamento familiar e que está afetando até a saúde mental das pessoas”, acrescentou.

Outra possibilidade anunciada por Haddad é a tributação de renda fixa, especificamente das Letras de Crédito Agrícola (LCA) e Imobiliário (LCI), que hoje são isentas de imposto de renda e que passariam a ser tributadas em 5%. Pestana alerta que esses fundos financiam setores fundamentais e geradores de empregos. “Você puxa o cobertor de um lado e descobre do outro. A grande atração das LCAs e LCIs são as isenções de tributos. O ganho líquido fica maior do que outras aplicações. É bem provável que a cobrança desincentive as pessoas a investir”, diz.

De acordo com Pestana, “o Brasil vive um estrangulamento crescente do orçamento público, é o país que tem o orçamento mais engessado de todo mundo, os sintomas disso são crescimento explosivo da dívida pública, porque a gente não gera superávit pra pagar o juros, então, a dívida está crescendo igual bola de neve.”

Ele prevê um estrangulamento absoluto em 2027. “A discussão não avançou para quebrar a rigidez do nosso orçamento, que é o mais rígido do mundo. Em 2027, 100% do orçamento será obrigatório, não tem margem de manobra nenhuma, investimento zero. Só terá para saúde, educação e transferências obrigatórias”, alerta. E acrescenta: “o futuro Presidente da República terá que fazer uma reforma fiscal profunda”.

Para o diretor do IFI, o ideal seria criar soluções não só para 2025 e 2026. “Melhor resolver definitivamente o problema e não criar medidas paliativas. Este pacote vai depender do detalhamento pra gente saber o quanto ele gera de ajuste e se tem medidas permanentes”, avalia.

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Fonte: InfoMoney

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