A tecnologia tem transformado significativamente o dia a dia de todos, tanto na vida pessoal quanto profissional. E esse avanço não poderia ficar de fora de uma das áreas mais tecnológicas que existem, que é a saúde. Nos hospitais, já estão em uso inovações que aprimoram a eficiência, a segurança e a qualidade do atendimento aos pacientes.
Nos hospitais Christóvão da Gama (SP), São Lucas Copacabana (RJ), Hospital Brasília (DF), da Dasa, já está em uso uma inteligência artificial (IA) que analisa prescrições médicas. Além de reduzir riscos assistenciais e efeitos colaterais indesejáveis, ela ajuda a otimizar tempo de atendimento.
— Nos Estados Unidos, erros que acontecem em hospitais são a terceira maior causa de morte e isso está muito associado à questão de medicação. Então quando a gente acopla a inteligência artificial na prescrição, trata-se de uma ferramenta de segurança do paciente — diz Rogério Reis, vice-presidente de Hospitais da Rede Américas.
A ferramenta cruza diversos dados do paciente que tá internado, como histórico, exames de imagem, informações do prontuário e histórico de alergia com as medicações que estão prescritas e dispara alertas para que o trabalho do farmacêutico clínico (profissional responsável por essa tarefa dentro dos hospitais) seja muito mais assertivo na interferência da prescrição fazendo ajustes, se necessário, com o consentimento do médico.
— Quanto mais fármacos são lançados fica mais difícil para o médico memorizar a interação do medicamento A com o medicamento B — pontua Reis. — Isso é algo que revoluciona o cuidado do paciente que está internado, especialmente nas terapias intensivas, onde os pacientes utilizam muitos medicamentos, com doses altas, por conta da criticidade do caso, e também em unidades especiais, como unidades de transplante.
Esse tipo de iniciativa também contribui para aumento de produtividade e redução de custo, o que ajuda a tornar o sistema mais sustentável.
Outro algoritmo de IA disponível nos hospitais Nove de Julho (SP) e Hospital Brasília (DF) filtra eletrocardiogramas realizados priorizando para laudo aqueles que apresentarem alterações. Isso permite diagnósticos mais rápidos e tratamento imediato para doenças cardíacas.
No Hospital Nove de Julho, por exemplo, após um ano da implementação do programa, houve aumento de 82,3% nos pacientes tratados por fibrilação atrial e em 30% a pontuação da qualidade de vida dos pacientes acompanhados. Também houve redução de 43% na busca por pronto-socorro em pacientes acompanhados em um período de 30 dias.
O metaverso, um ambiente virtual onde os médicos podem interagir por meio de projeções em 3D, também já está em uso em algumas unidades de saúde. Por exemplo, esse recurso, que já é realidade no Hospital São Lucas Copacabana (RJ) e Hospital Nove de Julho (SP), pode ajudar no planejamento cirúrgico.
Neste caso, as imagens de exames de ressonância magnética ou tomografia são processadas e reconstituídas em 3D e integradas ao metaverso ou a equipamentos robóticos, possibilitando simulações pré-operatórias e discussões de casos com especialistas remotamente. Além disso, a impressão de moldes tridimensionais auxilia no planejamento detalhado dos procedimentos.
— Temos duas funcionalidades que não estão disponíveis de forma geral. A primeira é uma impressão em 3D do órgão que será submetido à cirurgia, com base nas imagens geradas pelos exames daquele paciente. Isso permite que o cirurgião faça um melhor estudo dessa peça, para que o planejamento cirúrgico seja mais seguro. Isso acontece principalmente em cirurgias complexas, em casos que estão sendo reoperados por complicações de casos cirúrgicos, por exemplo — explica Reis.
Outra funcionalidade é o metaverso. Reis explica que, neste caso, o cirurgião usa um óculos especial e pode agir como se estivesse, de fato, operando aquele órgão.
— No metaverso, o cirurgião e sua equipe conseguem simular o que vão encontrar na cirurgia, melhorando o planejamento. Isso ajuda a reduzir o tempo cirúrgico, o que se traduz na diminuição de uma série de riscos, como anestésico prolongado, risco cardiovascular e de infecções que eventualmente podem ocorrer quando o tempo cirúrgico é alargado, melhorando muito o resultado da cirurgia.
Esses avanços aumentam a segurança e melhoram os desfechos clínicos, reduzindo o tempo cirúrgico, as complicações e acelerando a recuperação dos pacientes, diminuindo o período de internação.
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Fonte: InfoMoney