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O fim da Matrix? Versão popular da hipótese de simulação é descartada em novo estudo

A teoria da simulação propõe que a realidade como conhecemos possa ser uma simulação gerada por um supercomputador. Inclusive, alguns cientistas renomados consideram essa hipótese plausível. Contudo, um novo estudo sugere que, provavelmente, não estamos vivendo em uma simulação, mas sim na “realidade básica”.

Em um estudo publicado na revista científica Frontiers in Physics, o astrofísico Franco Vazza, da Universidade de Bolonha, na Itália, analisou diferentes tipos de simulações da realidade e concluiu que isso é impossível ou simplesmente implausível.

As análises buscaram verificar se os cenários de realidade simulada poderiam se encaixar segundo as leis físicas conhecidas. Na conclusão do estudo, o pesquisador sugere que provavelmente estamos vivendo na realidade básica. Mas o que é realidade básica?

Chamada de realidade base ou realidade básica, trata-se da realidade fundamental da existência. Em outras palavras, ele acredita que nossa experiência neste universo é real e que não estamos dentro de uma simulação.

“Um dos primeiros resultados-chave é que a hipótese da simulação enfrenta diversas restrições físicas, já que qualquer forma de computação precisa obedecer às leis da física. Constatamos que essas restrições são tão exigentes que todas as abordagens plausíveis testadas neste estudo exigiriam quantidades impossivelmente grandes de energia ou poder computacional”, o estudo conclui.

Simulação ou realidade?

Segundo Vazza, para que existisse um sistema computacional capaz de simular a nossa realidade, seria necessária uma quantidade imensa de potência, energia e capacidade de processamento.

Por isso, ele utilizou as leis da física para simular as condições exigidas para analisar duas hipóteses de simulações:

  • Universo simulado: a primeira é uma das hipóteses mais comuns, em que tudo ao nosso redor é simulado.
  • Terra simulada: a segunda possibilidade é a teoria de que apenas a Terra seria simulada e que existiria um limite espacial. Ou seja, não seria possível visitar outros planetas do universo porque eles não existiriam de fato.

No primeiro cenário, a criação de uma simulação tão detalhada, com bilhões de dados, exigiria uma quantidade de energia impossível de ser gerada.

O fim da Matrix? Versão popular da hipótese de simulação é descartada em novo estudo
O filósofo Nick Bostrom propõe três cenários: ou já vivemos em uma simulação, ou a humanidade será extinta antes de conseguir criar uma, ou simplesmente perderemos o interesse nesse tema. (Fonte: Getty Images)

No segundo caso, os corpos celestes que vemos no céu noturno seriam apenas uma espécie de pano de fundo, como em um cenário pintado; realmente, só a Terra seria simulada. Porém, os cientistas também consideram essa hipótese implausível, pois ela igualmente demandaria altas quantidades de energia.

Isso significa que, provavelmente, não vivemos em um mundo fictício criado por computador — ao estilo da franquia Matrix. Vazza acredita que estamos realmente vivendo na Terra, em um universo que começou a se expandir há 13,8 bilhões de anos, regido pela matemática e pelas leis da física

Mas talvez, quem sabe, a tecnologia e a inteligência artificial possam nos levar a criar algo semelhante no futuro.

“Estamos confiantes de que isso demonstra de forma conclusiva a impossibilidade de um cenário ao estilo de ‘Matrix’ para a [Hipótese da Simulação], em que nossa realidade seria uma simulação criada por descendentes do futuro, máquinas ou qualquer outro ser inteligente, em um universo exatamente igual àquele em que (acreditamos que) vivemos — cenário que ficou famoso no filme ‘Matrix’, de 1999, entre outros”, o estudo descreve.

Apesar das dificuldades físicas apontadas por estudos recentes, a hipótese de vivermos em uma simulação ainda intriga cientistas e entusiastas. Quer saber se existe alguma forma de investigar essa possibilidade? Entenda como testar se estamos vivendo dentro de uma simulação de computador. Até a próxima!

Fonte: TecMundo

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