O economista e presidente do Queens’ College, Cambridge Mohamed El-Erian afirmou nesta sexta-feira (6) que os dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos reduzem as chances de cortes imediatos na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).
“Uma mensagem clara do relatório de empregos dos EUA de hoje é que, quaisquer que fossem as expectativas médias para os cortes de juros do Fed, elas agora devem ser um pouco menores e um pouco mais tardias”, escreveu El-Erian em seu perfil no X (antigo Twitter).
Segundo ele, o motivo é a superação das projeções tanto para a criação de empregos quanto o crescimento dos salários em maio.
Foram geradas 139 mil vagas no mês, número acima da mediana de 130 mil das estimadas por analistas consultados pela Reuters. Já os salários avançaram 0,4% na comparação mensal e 3,9% em relação ao ano anterior, superando as projeções de 0,3% e 3,7%, respectivamente.
A avaliação de El-Erian indica uma possível mudança na trajetória esperada da política monetária nos EUA, em linha com a percepção de que a atividade segue resiliente, o que pode adiar o início de um ciclo de afrouxamento por parte do Fed.
O relatório de emprego impulsionou Wall Street, pela perspectiva de que o desempenho sólido da economia pode afastar de vez o fantasma da recessão. Por outro lado, os juros pagos pelos títulos americanos de dez anos voltaram a avançar, indicando pessimismo diante da política monetária.
Até então, o mercado, incluindo o próprio El-Erian, esperava por apenas um corte de juros nos EUA este ano, começando em setembro. Em abril, o economista reforçou que, para que esse cenário, considerando otimista, se concretizasse, Trump deveria dar mais clareza sobre sua política de tarifas — algo que, até aqui, não aconteceu, apesar do alívio de ontem com a primeira ligação em meses entre ele e Xi Jinping.
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Fonte: InfoMoney