A fabricante de aviões e sistemas de armamento Tupolev sofreu um ataque cibernético liderado pela Ucrânia que resultou no roubo de mais de 4 GB de arquivos dos seus sistemas, de acordo com informações do Ministério da Defesa ucraniano. Detalhes da campanha foram divulgados nessa quarta-feira (4).
Fundada em 1922, a empresa de defesa e aeronáutica russa é a responsável pela fabricação dos bombardeiros estratégicos destruídos no ataque de drones ocorrido no último domingo (1º). A ofensiva histórica danificou ao menos um terço da frota desse tipo de aeronave armazenada por Moscou.
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O que foi roubado no ciberataque à Tupolev?
No ataque cibernético à Tupolev, os hackers ucranianos roubaram um total de 4,4 GB de informações confidenciais da companhia, conforme uma fonte ligada à Diretoria Principal de Inteligência (GUR) do Ministério da Defesa da Ucrânia. O conjunto de dados é bastante amplo.
- Os invasores teriam coletado dados pessoais de funcionários da empresa de aviação, bem como currículos de engenheiros e projetistas;
- Parte do material inclui comunicações internas da fabricante russa, como mensagens trocadas por executivos;
- Documentos de aquisição e atas de reuniões realizadas por diretores da marca também foram acessados;
- Além de roubar essas informações, os hackers modificaram a página inicial do site da Tupolev, adicionando a imagem de uma coruja gigante com um avião sob as suas garras;
- No momento, os visitantes estão sendo redirecionados para o site da United Aircraft Corporation, estatal criada em 2006 para reunir diferentes marcas do setor aeronáutico.
Ainda conforme a fonte, os invasores estavam na rede da Tupolev há muito tempo, sem serem notados, coletando informações que podem ser úteis em futuros ataques contra outras organizações do setor de defesa da Rússia. Não foi informada a data em que aconteceu a violação.
“Agora temos informações abrangentes sobre indivíduos diretamente envolvidos na manutenção da aviação estratégica da Rússia. Os efeitos desta operação serão sentidos tanto no solo quanto nos céus”, alertou o informante, cujo nome não foi revelado.

Mais empresas e organizações russas atacadas
Nos últimos meses, os dois países em guerra também têm travado uma intensa batalha cibernética. Como resultado disso, o GUR afirma ter violado os servidores de diversas outras empresas e entidades governamentais da Rússia, embora algumas dessas campanhas não foram oficialmente confirmadas.
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O Ministério da Defesa da Rússia teria sido um dos alvos, com o roubo de documentos que expuseram informações do serviço secreto. A Agência Federal de Transporte Aéreo da Rússia, o Centro Russo de Hidrometeorologia Espacial e o Serviço Federal de Tributação da Rússia também tiveram seus sistemas invadidos.
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Fonte: TecMundo