Há mais de 20 anos, os EUA iniciaram a corrida pelos carros autônomos, e, por volta de 2015, o entusiasmo da indústria indicava que veículos totalmente autônomos estariam por toda parte em poucos anos. O cenário atual, contudo, é bem diferente, como explica a Bloomberg.
O avanço da tecnologia desacelerou. Muitas montadoras e startups desistiram devido aos altos custos e à complexidade. Acidentes envolvendo sistemas de direção parcial aumentaram a fiscalização dos reguladores.
Quem continua na disputa
- Waymo: expandindo robotáxis em cidades dos EUA, como Phoenix, Los Angeles, São Francisco e Austin, com planos para Atlanta.
- Tesla: promete o “Cybercab”, um robotáxi sem volante para 2026, mas ainda está longe da autonomia total e enfrenta investigações federais.
- China: WeRide e Baidu lideram, com planos globais (Dubai, Europa) e grande presença em cidades chinesas.
Retrocessos significativos
Diante de dificultades, a Ford e VW encerraram sua unidade de veículos autônomos, a Argo AI, em 2022, enquanto a Apple, após investir bilhões, cancelou seu projeto de carro autônomo em 2024.
Após um de seus robotaxis atropelar um pedestre em São Francisco em outubro de 2023, a General Motors encerrou sua divisão de carros autônomos, a Cruise.
As alternativas à autonomia total seriam sistemas avançados de assistência ao motorista — conhecidos como ADAS, que ajudam motoristas em estacionar, permanecer na faixa ou desviar de objetos.

Presentes em quase todas as montadoras, tais sistemas variam do Nível 0 (alertas) ao Nível 5, direção autônoma total. Os recursos do Nível 0 simplesmente transmitem informações ao motorista, como emitir um alerta sonoro ao sair de uma faixa de tráfego.
A tecnologia da Tesla, por exemplo, é classificada como Nível 2 porque exige intervenção e supervisão constantes do motorista, da mesma forma que um piloto supervisiona certos sistemas automatizados na cabine de um avião.
A Mercedes-Benz oferece automação de Nível 3 — que não exige mãos no volante nem olhos na estrada — em veículos selecionados sob certas condições em partes da Alemanha e dos EUA.

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Robotaxis testados nos EUA e na China podem ser categorizados como sistemas mais avançados de Nível 4, mas esses veículos são limitados em termos de alcance.
O ápice — que ainda não foi alcançado — seriam os carros de Nível 5, capazes de dirigir de forma autônoma em qualquer lugar e em todas as condições.
O mau uso da tecnologia por motoristas, distrações e excesso de confiança ainda causam acidentes, enquanto engenheiros admitem que supervisionar robôs pode ser entediante e perigoso.
Previsões otimistas falharam. A S&P Global acredita que veículos de Nível 5 só estarão disponíveis após 2035. Por ora, o foco é em sistemas parciais que aumentem a segurança sem substituir totalmente o motorista.

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Fonte: Olhar Digital