O governo do Egito confirmou nesta semana a conclusão da fase de planejamento de uma ponte que ligará o país à Arábia Saudita sobre o estreito de Tiran, no mar Vermelho. A obra, estimada em US$ 4 bilhões e financiada integralmente por Riad, será uma das maiores conexões intercontinentais da região e tem previsão de impactar o turismo, o comércio e a logística religiosa entre os dois países.
O anúncio foi feito pelo ministro egípcio dos Transportes, Kamel al-Wazir, que afirmou que o projeto poderá ser executado como ponte ou como túnel, a depender da decisão final do governo saudita. A travessia conectará a vila costeira de Ras Hamid, no noroeste da Arábia Saudita, à cidade egípcia de Sharm El-Sheikh, na península do Sinai — um dos principais polos turísticos do Egito.

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O Palácio do Planalto também publicou neste domingo nota condenando o plano “nos mais fortes termos”.
Integração regional (e objetivo religioso)
Popularmente chamada de “ponte de Moisés” — em referência à passagem bíblica que teria ocorrido na região — a estrutura deve facilitar o deslocamento de mais de um milhão de peregrinos por ano com destino à cidade sagrada de Meca, além de ampliar o fluxo turístico bilateral.
O projeto também reforça a conexão física com o megaprojeto saudita NEOM, cidade inteligente orçada em US$ 500 bilhões e planejada como polo de inovação e tecnologia na região de Tabuk, próxima à fronteira com o Egito e a Jordânia. A ponte deve complementar os investimentos de infraestrutura da Arábia Saudita em seu processo de diversificação econômica.
Entraves
A proposta de uma ligação física entre os dois países remonta a 1988, mas ficou estagnada por décadas devido a impasses diplomáticos, especialmente com Israel. O estreito de Tiran é rota estratégica para parte relevante do comércio marítimo israelense, e mudanças na navegação da área despertam preocupação em Tel Aviv.
O nome oficial da obra ainda não foi definido. Enquanto o apelido popular remete a narrativas religiosas, o presidente egípcio Abdel Fattah el-Sisi sugeriu que a estrutura seja batizada de ponte rei Salman bin Abdulaziz, em homenagem ao monarca saudita que retomou o projeto em 2016.
Hoje, a travessia entre os países é feita por 13 embarcações operadas pela Arab Bridge Maritime Company, consórcio fundado em 1978. A ponte deverá competir diretamente com essa rota marítima, oferecendo mais agilidade e integração logística.
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Fonte: InfoMoney