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Por que LCIs e LCAs devem ganhar atratividade em breve, segundo especialistas

Por que LCIs e LCAs devem ganhar atratividade em breve, segundo especialistas

Duas mudanças recentes nas LCIs e LCAs (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio) deverão impactar profundamente a emissão desses ativos no médio prazo. Os efeitos, segundo analistas, são positivos para os investidores, que devem ganhar em liquidez e diversidade de emissores. 

No dia 22, o Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu encurtar – novamente – o prazo mínimo de vencimento das letras financeiras. Até fevereiro de 2024, os ativos tinham prazo mínimo de três meses, quando o CMN determinou o aumento para 12 meses em LCAs e 9 meses em LCIs.

Em agosto passado, o prazo mínimo das LCIs foi reduzido para os mesmos 9 meses das LCIs. Agora, ambos têm prazo mínimo de seis meses. 

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A outra mudança que impacta o segmento foi anunciada em maio e entra em vigor em 1° de julho: o Banco Central autorizou a emissão de LCIs por sociedades de crédito, financiamento e investimento, conhecidas como financeiras. 

Para Fernando Mancini, head de operações estruturadas da Bloxs, a alteração no prazo mínimo, sozinha, “não tem tanto impacto”, mas, quando combinada com a entrada das financeiras nas LCIs “passa a ser mais interessante”. Isto porque essas empresas “normalmente têm menor capacidade de recompra na comparação com grandes bancos e, muitas vezes, não conseguem oferecer liquidez imediata”.

“Quando você reduz o prazo mínimo das emissões, aumenta a atratividade porque os investidores não precisam ficar ‘presos’ nesses ativos por muito tempo”, destaca Danny Gampel, head de crédito da Cy Capital, gestora de FIIs da Cyrela.

Diversificação maior e remuneração menor?

A diversificação é um dos pontos mais celebrados nas mudanças. “Até agora, o investidor estava restrito basicamente a bancos médios e cooperativas. Agora, abre-se espaço para emissões com perfis de risco e retorno diferenciados, o que pode beneficiar quem buscar compor uma carteira mais granular”, diz Ricardo Schweitzer, sócio-fundador da Garoa Wealth Management. 

Com mais participantes e players ainda desconhecidos por muitos investidores passando a emitir LCIs, a análise de risco se torna ainda mais importante – e difícil. “Mesmo diante de remunerações mais atrativas, é preciso ter mais cautela”, recomenda Mancini. 

Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, afirma que “investidores menos experientes podem não perceber a diferença de risco entre um papel emitido por um grande banco e outro por uma financeira de menor porte”. Ele completa recomendando “observar o histórico do emissor, sua classificação de risco e a solidez financeira da instituição’.

O efeito das mudanças nos prêmios ainda é incerto, segundo os especialistas. Lima espera uma “compressão inicial” nos spreads (prêmio na comparação com títulos públicos ou CDI), movimento que pode ser revertido “para compensar o risco percebido maior” das financeiras. 

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Já Mancini, da Blox, vê as financeiras entrando no segmento de LCIs com taxas mais altas para conseguir atrair investidores. Enquanto provam que têm operações robustas, podem, aos poucos, pagar menos e ainda assim ter sucesso na captação, projeta o especialista, que destaca: “concorrência sempre é favorável para o investidor”. 

Gampel lembra que o setor imobiliário carece de financiamento e vem buscando alternativas com o alto déficit da poupança. A corrida pelo bolso do investidor que gosta de ativos isentos, como as LCIs, pode causar abertura de spreads, segundo o executivo da Cy Capital. 

Vale a pena investir?

Os agentes do mercado recomendam uma mistura de otimismo com cautela na nova fase das LCIs e LCAs. Para eles, as oportunidades vão aumentar, mas isto não isenta o investidor de seu dever de casa na análise de risco. 

As LCIs emitidas por financeiras “podem valer a pena, desde que o investidor avalie bem o risco do emissor”, avalia Schweitzer. O sócio-fundador da Garoa lembra da proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) de até R$ 250 mil por CPF, mas, mesmo assim, diz que é fundamental evitar concentrações excessivas. 

Como as instituições menores podem ter mais dificuldade de recomprar títulos para oferecer liquidez ao investidor que quer sair antes do vencimento, Mancini vê papéis de curto prazo como a saída para limitar riscos e manter retornos interessantes.

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Fonte: InfoMoney

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