Os americanos não estão mais comparecendo ao médico pontualmente. Mais de 90% dos americanos que trabalham dizem que já adiaram uma triagem de saúde ou um check-up de rotina, de acordo com a terceira pesquisa anual Wellness Matters da Aflac. Quase todos os entrevistados (94%) afirmam enfrentar barreiras para realizar seus examess. A logística foi citada como o principal obstáculo, seguida pela desconfiança nos médicos e problemas com seguros.
“Está comprovado que a detecção precoce salva vidas, e os dados mostram que não há americanos suficientes adotando comportamentos que são do seu melhor interesse”, diz Matthew Owenby, diretor de estratégia da Aflac.
O relatório foi realizado pela Kantar Profiles em nome da Aflac, e é resultado de uma pesquisa com 2.000 americanos empregados entre 18 e 65 anos, feita em janeiro deste ano. No entanto, os resultados foram mais evidentes entre os adultos mais jovens.
A Geração Z e os Millennials foram os que mais evitaram exames de saúde, com mais da metade dizendo que não esperariam mais de duas semanas para uma consulta com um médico ou especialista. Quase um terço da Geração Z relatou não gostar ou não confiar em seu médico, ou sentir-se constrangido com ele — a maior porcentagem entre todas as gerações.
Os adultos mais jovens também tendem a buscar caminhos não tradicionais para cuidar da saúde, consultando amigos, familiares ou redes sociais para obter informações, segundo o relatório.
“De muitas formas, o sistema de saúde parece um estranho para eles”, diz Owenby. “O conforto da Geração Z com tecnologia e as redes sociais para informações de saúde, combinado com ansiedade financeira e desconfiança, pode estar criando uma abordagem que prioriza conveniência e imediatismo em vez de cuidados preventivos.”
Além disso, mulheres jovens têm mais probabilidade de evitar exames do que homens jovens e adultos mais velhos. A maioria das mulheres da Geração Z, 68%, evita exames, em comparação com 55% dos homens da mesma geração (o relatório também constatou que as mulheres têm mais probabilidade do que os homens de sentir falta de controle sobre sua saúde).
As descobertas estão alinhadas com outras pesquisas sobre a desconfiança histórica das mulheres no sistema de saúde: outras pesquisas mostram que metade das mulheres jovens já teve interações negativas no sistema de saúde, sendo que as mais jovens são mais propensas a dizer que sua dor foi desconsiderada por um profissional médico.
Isso é apenas uma das formas pelas quais os determinantes sociais da saúde, como status socioeconômico, gênero e raça, têm afetado desproporcionalmente o acesso a cuidados de saúde equitativos para populações vulneráveis.
Mas, com o aumento das taxas de câncer entre pessoas com menos de 50 anos, é fundamental realizar os exames e check-ups recomendados.
Owenby espera chamar a atenção para os check-ups preventivos, já que os dados destacaram que mesmo pessoas que sabem do seu risco ainda atrasam ou evitam exames adequados tanto por dificuldades de acesso quanto por medo.
“É importante não associar ir a um check-up ou exame com receber más notícias”, diz ele. “Na maioria das vezes, pode proporcionar tranquilidade. É como usar o cinto de segurança ao dirigir.”
Esta matéria foi originalmente publicada no Fortune.com
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Fonte: InfoMoney