Home / Finanças / Por que empresas de tecnologia, mais arriscadas, voltaram ao radar dos investidores?

Por que empresas de tecnologia, mais arriscadas, voltaram ao radar dos investidores?

Por que empresas de tecnologia, mais arriscadas, voltaram ao radar dos investidores?

Investidores têm ampliado suas apostas em ações de tecnologia consideradas mais arriscadas, mas com potencial de crescimento a longo prazo. Entre as preferidas estão Intelbras (INTB3), Totvs (TOTS3), VTEX e Globant (G1LO34), que ganharam destaque mesmo diante da instabilidade dos últimos meses. A percepção sobre esse movimento foi captada durante reuniões realizadas pelo Itaú BBA, no Rio de Janeiro, neste mês, onde analistas acompanharam de perto o aumento do interesse por esses papéis.

Intelbras foi a empresa mais citada nas discussões. Negociada a 7,3 vezes o lucro projetado para 2026, os analistas apontam que a ação ainda enfrenta efeitos negativos decorrentes do primeiro trimestre, impactada por desafios na migração de sistemas ERP. Alguns investidores já começaram a aproveitar as quedas para aumentar suas posições, apostando em uma recuperação das vendas no segundo trimestre que possa melhorar a margem operacional.

Outros preferem esperar pelos próximos resultados, atentos aos riscos ligados à migração do sistema e à performance da divisão de energia, que vem passando por ajustes para aumentar a rentabilidade. Para o Itaú BBA, um bom desempenho no segundo trimestre pode ser determinante para a revisão das projeções até o final de 2025 e para renovar a confiança no potencial de ganhos da empresa para 2026.

A Totvs chama atenção pela valorização acumulada de 62% no ano. Os analistas do banco apontam que o movimento foi influenciado por um fluxo crescente de investidores estrangeiros em economias emergentes, aliado à escassez de empresas de tecnologia na bolsa brasileira. O interesse internacional em tendências digitais favorece a Totvs, que apresenta resultados positivos em todas as suas unidades de negócio, beneficiando-se também da inflação medida pelo IGPM.

Nas reuniões, o possível acordo entre Totvs e Linx gerou debate, conforme relatório do BBA. Apesar do consenso sobre os desafios operacionais enfrentados pela Linx no passado, que justificam um valuation inferior, o interesse pela fusão é cercado de cautela. Muitos acreditam que a combinação das empresas pode aumentar os riscos para a Totvs, que atualmente tem apresentado fortes resultados.

A VTEX esteve no centro das discussões relacionadas à expansão internacional, crescimento do canal B2B (empresa para empresa) e publicidade para o varejo. O desempenho do primeiro trimestre deste ano (1T25), diz o BBA, surpreendeu positivamente e abriu espaço para revisões mais otimistas das estimativas de mercado. Investidores confiantes apostam na chegada de grandes clientes internacionais, o que poderia atrair novas compras para a ação.

Por outro lado, os mais conservadores demonstraram reservas quanto à sustentação do crescimento doméstico, especialmente diante da expectativa não atendida de melhores vendas em clientes brasileiros. Além disso, dúvidas sobre o progresso da expansão global fizeram parte das considerações, levando gestores a acompanhar com atenção os próximos meses.

A Globant (GLOB) despertou interesse diante da queda acumulada de 26% desde o primeiro trimestre. Investidores locais ainda têm exposição limitada à companhia, mas buscam entender os motivos da desvalorização. A avaliação geral é que a empresa mantém uma forte imagem e presença em um mercado bastante fragmentado, inclusive considerando que a líder mundial, Accenture, detém apenas 4% de participação.

Espera-se que a Globant possa se beneficiar da inteligência artificial generativa, tecnologia que vem atraindo investimentos internacionais. No entanto, as incertezas econômicas globais e as tarifas que impactam os orçamentos de tecnologia da Informação (TI) continuam a gerar cautela, fazendo com que muitos prefiram aguardar os próximos resultados antes de aumentar posições.

Outro destaque foi a Locaweb (LWSA3), citada pela valorização de 35% nos últimos três meses. O Itaú BBA atribui essa alta a uma melhora gradual dos lucros e do fluxo de caixa, impulsionada pela diminuição dos pagamentos relacionados a aquisições anteriores. Durante as reuniões, os estrategistas afirmam que surgiram dúvidas sobre a possibilidade de a empresa fechar capital, dado o valor atual das ações e a mudança na percepção dos investidores.

Por fim, houve um aumento nas perguntas sobre a Bemobi Mobile Tech, companhia focada em tecnologia para o setor de pagamentos. Os investidores buscaram esclarecer detalhes do modelo de negócios e as perspectivas para o futuro, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento da divisão de serviços financeiros.

The post Por que empresas de tecnologia, mais arriscadas, voltaram ao radar dos investidores? appeared first on InfoMoney.

Fonte: InfoMoney

Marcado:

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *