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Adiamento de tarifas, tensão fiscal e dados do IPCA-15: o que move o mercado hoje

Na volta do feriado do Memorial Day nos Estados Unidos, os investidores operam hoje em ritmo de cautela, focados em duas frentes principais: o adiamento pelo presidente Donald Trump do aumento das tarifas sobre produtos da União Europeia para 9 de julho, e a publicação de uma série de dados domésticos que começa com a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de maio, previsto para às 9h.

No exterior, a agenda desta terça-feira é dominada por dados de menor impacto, como o índice de confiança do consumidor nos EUA, previsto para as 11h. Antes, às 9h30, saem as encomendas de bens duráveis de abril nos EUA.

No Brasil, o IPCA-15 deve acelerar ligeiramente para 0,44% em maio, segundo a mediana das pesquisas, com alta prevista para preços administrados, serviços e serviços subjacentes, enquanto alimentação e bens industriais devem desacelerar. A confirmação dessa tendência pode ser decisiva para as expectativas do mercado sobre o fim do ciclo de alta da Selic, atualmente em 14,75%. No entanto, a decisão final ainda depende da leitura dos próximos dados de emprego e PIB.

As medidas fiscais anunciadas pelo governo, incluindo o aumento do IOF sobre operações no exterior, seguem gerando desconforto no mercado. Diante da forte reação negativa, o governo recuou e decidiu revogar o decreto, mas o estrago político já estava feito. O presidente da Câmara, Hugo Motta, foi às redes sociais criticar o Executivo, afirmando que “quem gasta mais do que arrecada, não é vítima, é autor”. A crise abriu mais uma frente de tensão entre o Planalto e o Legislativo e elevou a percepção de risco fiscal.

A agenda doméstica também inclui reuniões importantes: o Banco Central fará leilão de linha para rolagem de US$ 1 bilhão entre 10h30 e 10h35, e seu presidente, Gabriel Galípolo, participa de café da manhã com líderes do Senado às 8h30, além de reuniões do Comitê de Estabilidade Financeira ao longo do dia. A Comissão Especial do IR e a Comissão de Finanças da Câmara realizam audiências públicas com representantes da Receita e do Tesouro, onde o tema do aumento do IOF deve ser debatido.

Mercados internacionais

Os mercados globais operam em alta nesta terça-feira, 27, com os investidores reagindo à combinação de dados econômicos positivos na Ásia e na Europa e à trégua temporária nas tensões comerciais entre Estados Unidos e União Europeia.

Na Ásia, as bolsas fecharam sem direção única. No Japão, o Nikkei 225 subiu 0,51%, impulsionado pela queda nos rendimentos dos títulos do governo, em meio a expectativas de menor emissão de papéis de longo prazo. O índice Hang Seng, de Hong Kong, avançou 0,39%, revertendo perdas iniciais, enquanto o CSI 300, da China, caiu 0,52%, apesar da aceleração nos lucros industriais em abril. O Kospi, da Coreia do Sul, recuou 0,27%, e o S&P/ASX 200, da Austrália, ganhou 0,56%.

Na Europa, os principais índices operam em alta moderada, com o Stoxx 600 subindo 0,2% e o FTSE 100 avançando 0,8%. O destaque do dia foi a divulgação de que a Alemanha ultrapassou o Japão como maior credor líquido do mundo em 2024, encerrando uma liderança japonesa de 34 anos. A inflação da França desacelerou em maio, e a confiança do consumidor alemão subiu pelo terceiro mês seguido, mesmo com sinais de cautela diante das incertezas econômicas.

Nos Estados Unidos, os índices futuros operam em forte alta após o fim do feriado de segunda-feira. Os futuros do Dow Jones avançam 1,03%, enquanto S&P 500 e Nasdaq 100 sobem 1,22% e 1,4%, respectivamente.

Fonte: Exame

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