A pandemia de covid-19 trouxe diversas consequências para a saúde, e uma delas é o “brain fog”, ou névoa mental em português. Esse fenômeno afeta a cognição, causando dificuldades de concentração, lapsos de memória e sensação de confusão mental.
Embora seja um sintoma relatado em diversas condições médicas, ele ganhou destaque devido à sua associação com a covid-19 longa. Entenda a seguir como a infecção pode desencadear a névoa mental, segundo estudos e especialistas que investigam os impactos do vírus no cérebro.
O que é o brain fog?
O termo “brain fog” não se refere a uma doença específica, mas sim a um conjunto de sintomas cognitivos que incluem dificuldade de concentração, esquecimento e raciocínio lento. Pessoas que sofrem com essa condição relatam sensação de confusão mental, como se estivessem “presas” em um estado de baixa clareza cognitiva.
A Icahn School of Medicine at Mount Sinai, nos Estados Unidos, tem investigado o “brain fog” e apontou que essa névoa mental pode ter diversas causas, incluindo doenças crônicas, estresse, privação de sono e até efeitos colaterais de medicamentos.

No entanto, a relação do “brain fog” com a covid-19 é amplamente pesquisada pela instituição. Os pesquisadores analisaram pacientes com covid-19 que apresentavam disfunção cognitiva persistente, mesmo após meses da infecção.
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Como a covid-19 está relacionada ao brain fog?
A covid-19 longa, condição em que os sintomas persistem por meses após a infecção inicial, tem sido associada ao “brain fog”. Um estudo do King’s College London revelou que indivíduos que tiveram covid-19 e apresentaram sintomas por mais de três meses mostraram comprometimento cognitivo significativo.
Os pesquisadores identificaram que o vírus pode afetar o sistema nervoso central, causando inflamação no cérebro e impactando funções cognitivas. Além disso, a resposta imunológica prolongada pode interferir na comunicação entre neurônios, contribuindo para a sensação de névoa mental.
Possíveis tratamentos e estratégias para lidar com o brain fog

Embora ainda não exista um tratamento específico para o “brain fog” relacionado à Covid-19, especialistas recomendam algumas estratégias para minimizar seus efeitos:
- Exercícios para estimular a memória e a concentração podem ajudar na recuperação.
- A qualidade do sono é essencial para a função cerebral, e melhorar hábitos de descanso pode reduzir os sintomas.
- A alimentação equilibrada enriquecida com nutrientes como ômega-3 e antioxidantes pode contribuir para a saúde cerebral.
- Exercícios ajudam na circulação sanguínea e na oxigenação do cérebro, melhorando a cognição.
Segundo uma revisão publicada na Revista Debates em Psiquiatria, a abordagem multidisciplinar é crucial para lidar com os sintomas persistentes e ajudar os pacientes a retomarem suas atividades diárias.
De acordo com o médico oncologista, cientista e escritor Drauzio Varella em seu portal, as estratégias de tratamento para essa névoa cerebral estão relacionadas ao comportamento e, não a medicação. Dessa forma, o especialista reforça o conjunto de ações que citamos acima: alimentação saudável, atividade física em dia e estimulação cerebral.
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Fonte: Olhar Digital