Samir Xaud foi eleito novo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em eleição realizada neste domingo, 25. Ele comandará a principal entidade do futebol no Brasil e assumirá o cargo a um ano da próxima Copa do Mundo.
Xaud obteve 103 de 141 votos possíveis. Alguns clubes não participaram da votação. Ele foi eleito sem concorrência. Nenhuma outra chapa se apresentou para a disputa.
Parte dos clubes boicotaram a eleição, por questionarem o processo. Os times que não votaram foram: América-MG, Athletico-PR, Atlético-GO, Botafogo-SP, Chapecoense, Corinthians, Coritiba, Cruzeiro, Cuiabá, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Mirassol, Novorizontino, São Paulo e Sport.
O novo presidente tem 41 anos e é nascido em Boa Vista, capital de Roraima. O dirigente é médico infectologista. Filho de Zeca Xaud, presidente da Federação Roraimense de Futebol desde a década de 1970, foi eleito recentemente para substituir o pai.
A eleição foi realizada fora de época após a saída conturbada de Ednaldo Rodrigues, afastado da presidência sob acusação de falsificar a assinatura de Coronel Nunes, outro cartola que já foi o principal executivo da entidade.
Desde 1989, quando Ricardo Teixeira venceu a eleição, a CBF não teve um pleito com duas chapas. E desde 2012, quando o mesmo Teixeira saiu após escândalos de corrupção, nenhum presidente da CBF conseguiu completar seu mandato.
Como funciona a eleição da CBF?
O colégio eleitoral da CBF é composto por representantes das 27 federações estaduais e dos clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro – 40 times no total.
O peso dos votos é desigual: as federações têm peso 3, os clubes da Série A têm peso 2 e os da Série B, peso 1. Isso significa que, na prática, o apoio das federações é decisivo para definir o vencedor. Xaud conseguiu articular um apoio maior exatamente nas federações.
Por que as eleições da CBF em 2025 são importantes?
Além de definir o futuro político da entidade, a eleição ocorre às vésperas da apresentação oficial de Carlo Ancelotti como novo técnico da Seleção Brasileira, marcada para o dia seguinte, 26 de maio.
A escolha do novo presidente pode influenciar diretamente os rumos da seleção e da organização do futebol nacional nos próximos anos
O próximo presidente da CBF terá como desafios imediatos a preparação da seleção para a Copa do Mundo de 2026, a modernização da gestão esportiva e o fortalecimento da governança e da transparência na entidade. A pressão por reformas estruturais e maior diálogo com clubes e federações também deve pautar o novo ciclo.
Fonte: Exame