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Crises globais e terrorismo impulsionaram ultradireita, diz especialista

A ascensão da ultradireita no cenário político global tem sido impulsionada por uma série de crises e eventos marcantes nas últimas décadas, segundo análise de David Magalhães, professor de Relações Internacionais da PUC de São Paulo, da FAAP e coordenador do Observatório da Extrema Direita.

Em entrevista ao WW, o especialista detalhou os principais “gatilhos” que têm contribuído para o fortalecimento desses movimentos políticos. Citando outro pesquisador, Magalhães afirma que estamos vivenciando a quarta onda ultradireitista pós-Segunda Guerra Mundial. Desde então, três eventos cruciais serviram como catalisadores para essa tendência.

Os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos marcaram o fim da era de cooperação internacional e cosmopolitismo liberal que caracterizou a década de 1990. Este evento reacendeu discussões sobre fronteiras, soberania nacional e alimentou sentimentos de islamofobia em várias partes do mundo.

A crise financeira global de 2008 abalou a confiança nas instituições econômicas tradicionais e nos sistemas políticos vigentes, criando um terreno fértil para o crescimento de movimentos populistas e de extrema direita. Particularmente na Europa, a crise dos refugiados em 2015 intensificou debates sobre imigração, identidade nacional e políticas de fronteiras, fortalecendo narrativas ultradireitistas.

Magalhães ressalta que esses eventos ativaram questões mais profundas, como uma percepção generalizada de que existe uma tecnocracia no poder distante dos interesses públicos. Ele cita o exemplo da Alemanha, onde a alternância entre partidos de centro-direita e centro-esquerda, ou mesmo coalizões entre eles, criou uma impressão de monotonia política.

O especialista argumenta que essa situação abriu espaço para partidos que se apresentam como alternativas ao establishment político tradicional. Além disso, fatores como as consequências econômicas da globalização e reações a avanços em direitos de minorias têm contribuído para uma sensação de “quebra” ou “destruição” de identidades tradicionais.

Magalhães conclui afirmando que, enquanto essas questões estruturais não forem adequadamente abordadas, a onda ultradireitista provavelmente continuará a avançar em diversas partes do mundo. Sua análise sugere que o fenômeno é complexo e multifacetado, exigindo uma compreensão profunda das dinâmicas sociais, econômicas e culturais em jogo.

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Fonte: CNN Brasil

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