Com a experiência de quem foi tetracampeão com a Seleção Brasileira, Raí não poupa palavras para avaliar o que ele pensa do atual momento do Brasil, um ano antes da Copa do Mundo de 2026.
Questionado no programa Game Changers se a seleção brasileira chegou “no fundo do poço” após mais uma troca de treinador (Dorival Júnior foi o terceiro técnico do atual ciclo até a Copa do Mundo), Raí deu uma resposta taxativa.
“Deus queira que seja o fundo do poço [risos]”, disse o ex-jogador, ídolo histórico do São Paulo e do Paris Saint-Germain. “Porque se for já no fundo, quer dizer que só tem a melhorar, né?”.
“Acho que tem que repensar toda a estratégia. Também estou acompanhando de longe, não dá para falar de detalhes. Mas, chegou, se não chegou no fundo, chegou próximo”.
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Raí também falou sobre a tentativa frustrada de Ronaldo Nazário, que estava ao seu lado na campanha do tetracampeonato em 1994, em se candidatar à presidência da CBF. Ronaldo desistiu e abriu as portas para Ednaldo Rodrigues ser reeleito. Ednaldo foi afastado pela Justiça e decidiu não recorrer – abrindo caminho para Samir Xaud se tornar o novo presidente na eleição marcada para este domingo (25).
“Eu acho que seria um caminho da solução, da mudança. Eu não acompanhei a plataforma. Conheço as ideias dele no geral. Mas acho que um personagem como ele, o que ele representa, o fato de ser um ex-atleta em uma posição que a gente sempre incentivou, seria exemplo para outros também”, lamentou Raí.
“Acho que foi meio triste assim que ele nem conseguiu se movimentar muito tempo, né? Então isso mostra também a necessidade de termos regras e estrutura que seja mais aberta para as pessoas participarem”.
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Raí na política?
Raí descartou se candidatar a qualquer cargo nas Eleições de 2026. Pesquisas recentes o colocaram seu nome na disputa ao Senado Federal por São Paulo.
O ex-jogador disse que hoje não se vê como candidato. “Não é o meu perfil também, não é uma coisa que me interessa tanto. Eu acho que hoje tenho uma independência de fazer 100% as coisas que eu acredito sem ter que ter compromissos, com um partido ou com outro”, justificou Raí, que não descartou mudar de ideia no futuro.
“Acho que eu tenho vontade, mas eu não me sinto à vontade. Me colocaram nas pesquisas aí, mas pode ter certeza que eu não tô, que não é nada oficial”
Vini Jr é o “novo Raí” no ativismo social?
Depois que abandonou os gramados, Raí se engajou no ativismo social, por acreditar no esporte como um fator relevante de transformação social. Ele criou a ONG Gol de Letra e é fundador da ONG Atletas pelo Brasil.
Raí vê “com certeza absoluta” Vini Jr, atacante do Real Madrid e da Seleção Brasileira, como o seu sucessor neste ativismo social. Ele elogiou a criação do Instituto Vini Jr por pensar na educação e na tecnologia como transformação social, e disse esperar que seu exemplo sirva como inspiração para o jogador, como o Instituto Ayrton Senna serviu de base para o seu trabalho no Gol de Letra.
Raí elogiou também o posicionamento “corajoso” de Vini Jr na sua luta contra o racismo. “Eu sempre cito o exemplo do Vini, né? O posicionamento dele, o impacto… a gente não tem ideia do que esse garoto representa na questão racial para o mundo.
Sobre o Game Changers
Game Changers é um programa de entrevistas com as principais personalidades do esporte que mudaram o jogo em suas áreas de atuação. Acompanhe quinzenalmente uma nova edição do Game Changers no Youtube do Infomoney.
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Fonte: InfoMoney
