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Governo Maduro fecha fronteiras da Venezuela e prende líder da oposição antes de eleições

O governo da Venezuela, chefiado pelo presidente Nicolás Maduro, prendeu um dos líderes da oposição do país, fechou as fronteiras e disse ter capturado ao menos 50 “mercenários”, a poucos dias das eleições locais. 

As autoridades venezuelanas informaram, nesta sexta-feira (23), que detiveram o dirigente Juan Pablo Guanipa, que estava na clandestinidade desde julho. Ele é um importante aliado da líder opositora María Corina Machado.

O ministro do Interior, Diosdado Cabello, o vinculou a uma suposta “rede terrorista” que teria como objetivo atentar contra as eleições legislativas e de governadores que ocorrem neste domingo. Ele mostrou imagens nas quais se vê Guanipa algemado, com um colete à prova de balas e escoltado por policiais encapuzados e vestidos de preto.

“Ele é um dos chefes dessa rede terrorista”, disse Cabello em uma coletiva de imprensa com mídias estatais. “Quatro celulares e um notebook foram apreendidos. O plano está todo lá”.

Guanipa passou à clandestinidade em julho, assim como Machado. Ambos apareceram juntos pela última vez em uma manifestação em 9 de janeiro para protestar contra a posse para um terceiro mandato de Maduro, depois de eleições que a oposição tachou como fraudulentas.

Machado convocou a população a não participar das eleições de domingo como parte de sua estratégia para reivindicar o que ela garante o nas eleições presidenciais.

Nesta sexta-feira, Cabello também anunciou a prisão de várias pessoas do entorno de Guanipa supostamente vinculadas à “conspiração”, incluindo estrangeiros.

“Longa luta” 

Pouco depois, o perfil de Guanipa no X publicou uma mensagem : “Se estiverem lendo essa mensagem, é porque fui sequestrado pelas forças do regime de Nicolás Maduro”.

“Não tenho certeza do que acontecerá comigo nas próximas horas, dias e semanas. Mas estou certo de que ganharemos a longa luta contra a ditadura”, acrescentou no texto.

Eleito em 2015, Guanipa fez parte do Parlamento controlado pela oposição. Ele atuou como vice-presidente da casa em 2020, quando Juan Guaidó presidiu a câmara e foi reconhecido como presidente interino da Venezuela pelos Estados Unidos, Colômbia e outros países.

Este advogado foi eleito governador do estado petrolífero de Zulia (noroeste) em 2017, mas não assumiu o cargo por se recusar a prestar juramento perante a Assembleia Constituinte, que na época governava com poderes absolutos e havia assumido funções legislativas.

Cerca de 21 milhões de pessoas estão registradas para eleger 24 governadores e 285 legisladores. Pela primeira vez, a votação inclui o Essequibo, uma região rica em petróleo e recursos naturais, que é alvo de uma disputa territorial com a Guiana há mais de um século.

24 de maio de 2025 - 07:26

Fronteiras fechadas na Venezuela

Na quinta-feira, o governo anunciou a prisão de 38 “mercenários” que entraram no país a partir da Colômbia, por terra e em voos comerciais, vinculados a supostos “atos terroristas” para sabotar as eleições. No mesmo dia, Caracas fechou sua conexão aérea com a Colômbia.

“Tentaram trazer mercenários. Temos hoje capturados mais de 50 mercenários que estavam entrando para plantar bombas ou lançar ataques violentos ao país”, disse Maduro no encerramento da campanha do seu partido, ao lado da mulher e do filho, ambos candidatos a deputado.

Em seguida, o país restringiu o acesso terrestre, marítimo e aéreo ao país entre 23 e 26 de maio, segundo uma resolução conjunta dos ministérios da Defesa e do Interior e da Justiça. O reforço do controle na fronteira visa a “evitar atividades de indivíduos que possam representar uma ameaça à segurança da Venezuela por ocasião das eleições”.

Denúncias de conspiração para derrubar o governo Maduro são frequentes. Cerca de 400.000 efetivos das forças de ordem serão mobilizados para garantir a segurança das eleições.

Com AFP.

Fonte: Exame

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