A Motiva (MOTV3), ex-CCR, renovou a concessão de MSVia, no Mato Grosso do Sul, por mais 29 anos, na primeira “otimização” de contrato de rodovia realizada no país. A companhia foi a única a apresentar propostas pela concessão, cujo critério do leilão estava definido em maior deságio sobre o pedágio. Sem concorrência, ficou definido em 0,07%. Às 11h, a ação da empresa caía 1,87%, a R$ 13,09.
Apesar do resultado amplamente antecipado pelo mercado, o JPMorgan vê o anúncio com positivo para empresa.
A empresa projeta uma (taxa interna de retorno (TIR) real não alavancada em torno de um dígito alto e uma TIR alavancada na faixa dos dois dígitos médios, semelhantes aos retornos dos projetos Sorocabana e PRVia.
O JPMorgan disse continuar com uma visão favorável sobre a Motiva (ex-CCR), negociando com uma TIR real de 11,5%, frente aos 11,2% da ECOR (ECOR3). O banco reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 17,50 para Motiva.
A Genial também vê a notícia como positiva para a Motiva e para o setor. Para a companhia, o novo CAPEX contratual será de R$10 bilhões, e deve ter pouco impacto na alavancagem, de acordo com a diretoria da Motiva (atualmente em 3,5 vezes Dívida Líquida/EBITDA).
A MSVia era um ativo que não gerava valor, reportando EBITDA negativo (próximo de R$ 100 milhões negativos). Essa é uma das principais alavancas para a companhia alcançar o alvo de 38% Custos Caixa/Receita, definido pela diretoria.
Da ótica do setor, segundo Genial, a notícia também é um avanço na otimização de projetos rodoviários. Mais outras concessões em situações similares devem ser beneficiadas, com a expectativa para a Eco101, concessão da Ecorodovias (ECOR3), já agendada para o próximo mês. “As otimizações também se estenderam para players não listados e outros ativos, dando um maior conforto em termos de governança do setor pelos seus agentes reguladores e governo federal”, comenta.
O Bradesco BBI estima que a concessão possa adicionar R$ 0,30 por ação de MOTV3, considerando uma TIR real alavancada de aproximadamente 13%, em linha com as projeções da própria Motiva. Esse valor já reflete as novas premissas macroeconômicas adotadas pelo BBI, bem como as atualizações específicas do projeto, em comparação com o relatório anterior publicado quando a renegociação foi aprovada pelo Tribunal de Contas da União.
No primeiro trimestre de 2025, a MSVia já havia passado a arrecadar 100% da receita da concessão — ante o limite anterior de 47,3% —, o que elevou o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação) anualizado de um resultado negativo de R$ 160 milhões para um patamar positivo equivalente. Com a renegociação do contrato, o BBI projeta que o EBITDA da MSVia pode alcançar cerca de R$ 450 milhões em três anos, já considerando o ajuste pela inflação desde a data-base.
De modo geral, o Bradesco BBI mantém sua recomendação de compra para as ações da Motiva, com preço-alvo de R$ 15,00 para o final de 2025.
A XP destacou que a Motiva venceu o processo competitivo de reequilíbrio da MSVia e realizou uma teleconferência para reduzir a incerteza em relação à economia do projeto. Entre os principais pontos, chamou atenção a baixa concorrência no leilão, sem a apresentação de propostas por outros players, o que pode sinalizar um padrão para projetos semelhantes no futuro.
A Motiva projeta retornos atrativos, com uma TIR real alavancada na faixa dos dois dígitos baixos, sustentada por indicadores alinhados às estimativas do governo e por uma alta capacidade de alavancagem, entre 80% e 90% de dívida sobre capital.
A companhia também apresentou dados financeiros reformulados, que apontam forte potencial de valorização, com expectativa de um EBITDA de aproximadamente R$ 190 milhões no primeiro ano, em contraste com o prejuízo de R$ 162 milhões estimado para 2024. Além disso, a XP vê adequação estratégica no projeto, com a Motiva demonstrando amplo conhecimento sobre a concessão e o CAPEX envolvido. Diante disso, a corretora reiterou sua recomendação de compra para as ações da Motiva.
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Fonte: InfoMoney