Após uma semana de máximas para o Ibovespa, que chegou aos 140 mil pontos, o período termina com forte aversão ao risco do mercado após medidas sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que abalaram o mercado, como já foi sinalizado no after market da véspera, com forte alta do dólar e queda do Ibovespa futuro.
Levantamento feito pela equipe de estratégia da XP com 60 investidores institucionais indicava que o real deveria ter forte desvalorização na abertura do mercado nesta sexta-feira, 23, com a vigência da medida. A expectativa dos investidores institucionais ouvidos pela equipe de estratégia da corretora era de que o dólar chegaria a R$ 5,85 na abertura do mercado, após as explicações dadas pela equipe econômica sobre a alta do IOF. O ETF de ações brasileiras EWZ caía 1,71%, a US$ 27,05, indicam abertura em baixa.
Com as medidas sendo mal recebidas, investidores encerram a semana com a notícia de que o governo recuou em parte das medidas sobre aumento do IOF, ficando de olho em declarações do presidente do Banco Central em evento.
O Ministério da Fazenda recuou na noite de quinta-feira de parte das medidas anunciadas horas antes, voltando a zero a alíquota de IOF sobre aplicação de investimentos de fundos nacionais no exterior.
Também esclareceu que remessas destinadas a investimentos continuarão sujeitas à alíquota atualmente vigente de 1,1%.
O recuo se deu horas depois de o governo ter anunciado elevação do IOF para empresas, previdência e operações cambiais e que precisará implementar uma contenção de R$ 31,3 bilhões em gastos de ministérios para cumprir regras fiscais.
Na manhã desta sexta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a revisão em parte da medida de elevação de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) foi feita para evitar especulações sobre uma inibição de investimentos ou outras mensagens que divergissem do objetivo do governo.
Em entrevista à imprensa em São Paulo, Haddad afirmou que o recuo é pontual e foi adotado após o recebimento de subsídios de agentes de mercado.
É diante desse cenário que as atenções agora se voltam à tarde para o presidente do BC, Gabriel Galípolo. Ele dará palestra por videoconferência em evento sobre política monetária promovido pelo Centro de Estudos Monetários da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), às 14h.
Cabe ressaltar que a avaliação de Galípolo teria sido “decisiva” para o governo mudar de ideia sobre a tributação. Na noite de quinta-feira, uma reunião de emergência ocorreu para discutir o tema. Haddad não participou, porque já estava em São Paulo. Porém, após uma semana de ânimo para o mercado, o cenário virou – pelo menos no curto prazo.
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Fonte: InfoMoney
