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Eventos climáticos extremos custaram R$ 61 bilhões aos cofres públicos em 10 anos

Os eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes e intensos custaram R$ 61 bilhões aos cofres públicos dos estados brasileiros entre 2015 e 2024.

É o que revela o levantamento divulgado em primeira mão pela EXAME da Codex, empresa de dados especializada em mudanças climáticas e que utilizou registros da Plataforma Nacional de Informações de Desastres — o sistema oficial de monitoramento do governo federal.

Enquanto um recente dado da Confederação Nacional dos Municípios fala em prejuízos na ordem de R$ 732,2 bilhões aos municípios brasileiros em 12 anos, este valor é bem inferior pois não inclui os gastos privados da inação e abrange um período dois anos maior.

Segundo a Codex, a seca foi o fenômeno mais recorrente e oneroso do período, com R$ 34 bilhões em danos em serviços como transporte, energia, saúde e saneamento. Ao todo, foram 11.556 emergências ligadas a esse tipo de evento extremo.

O segundo maior impacto veio das inundações, com R$ 11,2 bilhões em prejuízos e 553 registros. Chuvas intensas, secas, tempestades, incêndios e deslizamentos também compõem a lista, totalizando mais de 25 mil ocorrências com efeitos diretos sobre infraestruturas públicas.

Venicios Santos, diretor de negócios da Codex, destacou que os números expõem a vulnerabilidade de municípios pequenos.

“Cerca de 60% das emergências ocorreram em cidades com menos de 30 mil habitantes, onde faltam recursos e estrutura técnica para conter os efeitos dos desastres”, afirmou.

Estudos já mostram que o custo da inação climática pode ser de 1/3 do PIB global ainda neste século, enquanto a crise climática reduz a economia de um país em 22% ao ano.

Para driblar os efeitos de um novo clima, a adaptação surge como uma solução para tornar as cidades mais resilientes e já é uma das agendas prioritárias e urgentes da COP30.

O financiamento é uma das formas de destravar recursos para estas ações, especialmente em países em desenvolvimento onde o impacto das mudanças climáticas é ainda maior e mais devastador.

Paraíba, São Paulo e Pernambuco lideram perdas financeiras

A Paraíba lidera o ranking dos estados com maiores prejuízos públicos, somando R$ 26,8 bilhões em 2.914 emergências. Em seguida aparece São Paulo, com R$ 11 bilhões, apesar de ter registrado apenas 230 ocorrências.

No Nordeste, além da Paraíba, destacam-se Pernambuco (R$ 4,8 bilhões) e Ceará (R$ 3,2 bilhões). Já no Sudeste, Minas Gerais acumulou R$ 4,2 bilhões em danos e lidera em número absoluto de emergências, com 3.401 registros.

No Sul, o Rio Grande do Sul aparece com R$ 2 bilhões em perdas, seguido por Rio Grande do Norte (R$ 1,6 bilhão), Bahia (R$ 1,2 bilhão), Mato Grosso do Sul (R$ 1,1 bilhão) e Alagoas (R$ 944 milhões).

Fonte: Exame

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