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‘Não vamos tolerar excessos’, diz Tarcísio, após casos de violência da PM

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), reagiu aos casos de violência policial registrados no estado no último domingo, 18. Sem falar especificamente sobre as cenas de agressão ou a morte de um jovem de 19 anos durante uma abordagem, o governador afirmou que será feito todo o esforço para “evitar cenas de excesso e abuso”, ao mesmo tempo em que voltou a elogiar a organização, “uma instituição boa”.

— A gente não vai tolerar a violência policial, não vai tolerar excessos. Essas abordagens serão investigadas, esses policiais já estão afastados. O que aconteceu fica à disposição da Corregedoria. Havendo constatação de que houve excesso, eles vão ser punidos severa, rigorosamente — afirmou o governador, em coletiva no Palácio dos Bandeirantes.

Ele conversou com a imprensa após o anúncio do projeto SuperAção,um programa social com a meta de tirar 35 mil famílias paulistas da pobreza em dois anos.

— A instituição é boa, atende 22 milhões de chamados por ano, 60 mil ocorrências por dia, praticamente 40 mil policiais estão nas ruas do estado todos os dias. Ela vem sendo treinada constantemente, em programas de capacitação contínua — disse ainda Tarcísio em defesa da polícia.

As falas do governador foram uma reação a dois casos. O primeiro foi o de três policiais militares que espancaram um homem pego com uma moto roubada no Jardim das Imbuias, na Zona Sul da capital, no último domingo (18). Vídeo de uma câmara de segurança mostra um dos policiais dando vários golpes na pessoa abordada, que estava caída no chão. Os policiais foram afastados e a PM instaurou um Inquérito Policial Militar para analisar o caso.

O outro foi o de Natanael Venâncio Almeida, de 19 anos, morto pela Polícia Militar na mesma noite de domingo, 18. O caso aconteceu na Vila Andrade, também na Zona Sul. De acordo com um relato da família, a vítima tinha saído para comprar remédio para a mãe quando foi abordada pela polícia, fugiu e acabou baleado já dentro de casa.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, todas as circunstâncias dos fatos envolvendo Natanael Venâncio estão sendo investigadas pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e pela Polícia Militar por meio de Inquérito Policial Militar (IPM).

O ouvidor das polícias de São Paulo, Mauro Caseri, classificou o caso registrado no Jardim das Imbuias como “prática de tortura”. A Ouvidoria abriu um procedimento solicitando as imagens das câmeras corporais, os exames periciais e os de corpo de delito da vítima.

— O indivíduo, no exercício das suas funções, que tem o comportamento que aqueles policiais tiveram, merece uma avaliação clínica. É necessário que um médico se posicione, faça testes ou alguma avaliação, para depois devolver à corporação o real estado que essas pessoas se encontram — disse em entrevista ao SPTV.

Os dois casos motivaram o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana de São Paulo a enviar ofícios para a Corregedoria das Polícias, a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o Ministério Público de São Paulo (MP-SP). E o governador a solicitar a prisão dos PMs envolvidos nos dois incidentes.

“Os policiais torturam e matam os jovens com a certeza de que sofrerão apenas uma ‘punição’ administrativa, serão transferidos para outra área e logo mais voltarão às ruas de São Paulo para continuar a barbarizar, intimidar as famílias que perderam seus entes queridos”, afirma o documento enviado às autoridades.

Fonte: Exame

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